Desejo Mortal. Amy Blankenship

Desejo Mortal - Amy Blankenship


Скачать книгу
menos o Masters… não, esse filho da mãe começou a caminhar bem na direção dela com um brilho furioso nos olhos.

      Foi nesse instante que Vincent tinha se movido. Ela não percebera que ele havia retirado uma antiga lâmina do mesmo cofre secreto onde estivera o cubo, mas lá estava a lâmina na mão dele, que a comprimia contra a garganta do demônio. Em um movimento rápido, o demônio esticou completamente a mão para envolver o peito e as costas de Vincent.

      "Corra", Vincent rosnou para ela, logo antes que ele fechasse os olhos e a cabeça do demônio caísse no chão ao lado dele.

      Todos os outros demônios estavam olhando furiosamente em suas posições de decúbito ventral; então, ela pôs o cubo no chão perto dos pés e fez exatamente o que Vincent tinha mandado… ela correu feito louca.

      Ela não tinha como saber se Masters tinha contado a ninguém o que ele sabia sobre ela e rezou para que o ganancioso filho da mãe não tivesse compartilhado seus segredos, temendo que outro demônio o atacasse por conta da lendária esfera espiritual. Seus pensamentos continuavam desviando-se novamente para Vincent, imaginando se ele estava bem ou se estava sendo torturado por sua participação quando a ajudou fugir.

      Eles não poderiam matá-lo permanentemente, mas ela estava bem ciente de que havia muitas coisas piores do que permanecer morto… ser brutalmente assassinado por várias e várias vezes seria uma delas.

      Ela olhou novamente para o próprio ombro, sabendo que precisava conseguir aquela magia e neutralizar o símbolo para que o sacrifício de Vincent não fosse em vão. Ela deixou que a água quente do chuveiro lavasse as lágrimas silenciosas de seu rosto enquanto ela renovava sua determinação.

      No andar de cima, Ren parou de andar subitamente e olhou diretamente para baixo, ouvindo o bombeamento de água através do sistema. Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto, quando ele percebeu que estava em pé bem acima do banheiro do térreo, onde Lacey estava. Seu olhar seguiu o som através da parede onde as tubulações que conduziam a água por todo o local desciam até o piso e entravam no abrigo antiaéreo.

      Ela já ficara naquele banho por tempo suficiente e ele estava pronto para tentar novamente o interrogatório.

      Caminhando sobre as tubulações, ele colocou a mão sobre a que ele queria e fechou os olhos, concentrando-se no medidor de temperatura do aquecedor de água. Seus lábios se descontraíram em um sorriso satisfeito quando a camada de gelo apareceu sob seus dedos na tubulação de cobre. O grito que soou através do abrigo antiaéreo fez com que todos pulassem surpresos, exceto Ren.

      No vapor do chuveiro, a temperatura da água tinha passado de escaldante para fria congelante em menos de um segundo, fazendo com que Lacey se encolhesse sob os jatos de água. No processo, ela deslizou pelo fundo escorregadio da banheira e tropeçou para fora, quase levando consigo a cortina do chuveiro.

      "Lacey!", gritou Gypsy, apreensivamente.

      Lacey desvencilhou-se da cortina de chuveiro e empurrou-a para o lado, grata porque ela não havia sido derrubada.

      "Estou bem", gritou Lacey olhando para o chuveiro. "Você precisa de um novo aquecedor de água… a maldita temperatura simplesmente passou de escaldante para um frio congelante em menos de um segundo”.

      Gypsy franziu a testa do outro lado da porta, imaginando o que tinha causado esse efeito na água. Ela havia tomado um banho de hora logo cedo e a água quente estivera perfeita.

      "Vou pedir ao Ren para verificar isso”, replicou Gypsy através da porta fechada. "Ele tem um jeito de manipular as máquinas e fazê-las funcionar, mesmo depois que apresentaram algum defeito".

      Lacey virou a cabeça e arregalou os olhos em direção à porta, ouvindo a explicação de Gypsy e soube imediatamente o que tinha acontecido.

      "Isto significa guerra”, sussurrou ela baixinho e, não tendo outra escolha, deu um passo para trás para sentir o jato d’água congelante enxaguando do cabelo o restante do sabão.

      Ren estava no andar de cima sentado no chão encostado na parede e com um largo sorriso no rosto. Momentos depois, ele ouviu passos na escada e não se preocupou em esconder o sorriso quando viu que era Nick.

      "Eu sabia”, exclamou Nick em um sussurro forte. "Mas tenho que admitir… isso foi muito bom”.

      Ren deu um leve toque na tubulação fria ao lado dele: “Eu realmente tenho meus momentos”.

      Nick deslizou a mão pelo cabelo: “Eu devo tomar cuidado com dela… Gypsy acabou de dizer a ela que você leva jeito com as máquinas”.

      O sorriso de Ren ficou ainda mais largo: “Bem, isso não é nenhuma vergonha”.

      "Você está se divertindo demais", acusou Nick.

      "Claro que estou", concordou Ren. "Agora vamos voltar a descer e ver se eu posso descobrir o que há de errado com o aquecedor de água irregular de Gypsy”.

      Nick irritou-se e balançou a cabeça quando Ren dirigiu-se novamente para o abrigo. Ele estava curtindo tanto o fato de que toda a atenção de Ren parecia estar concentrada agora em Lacey em vez de Gypsy.

      Ren entrou na sala a tempo de ouvir o chuveiro parar de funcionar. Ele olhou para Gypsy, vendo que ela estava sentada no sofá com a testa franzida.

      "O que há de errado?" perguntou Ren com uma expressão inocente.

      "De repente, meu aquecedor de água parou de funcionar", explicou Gypsy e olhou para a porta do banheiro. "Lacey disse que ele ficou congelante em questão de segundos”, e estalou os dedos.

      "Deve ter enguiçado", disse Ren, fazendo com que Nick se virasse para evitar que Gypsy visse o sorriso largo no rosto.

      Lacey estava tremendo quando saiu do chuveiro e enxugou-se rapidamente. Enrolando-se na toalha, ela caminhou até o espelho acima da pia e percebeu que estava com um aspecto bem melhor agora que não estava mais se escondendo sob uma camada de sujeira e roupas que eram grandes demais para ela.

      Pegando a escova de cabelo de Gypsy, ela começou a passá-la pelos longos cabelos escuros. Virando-se, ela continuou a escovar o cabelo enquanto abria o grande baú… sorrindo quando viu todas as roupas que ela tinha deixado para trás. Ela lutou contra a vontade de tirar tudo lá de dentro e jogar no ar para depois poder rolar pelo chão sobre elas. Suas roupas… quanta falta lhe haviam feito.

      Esticando o braço, ela tirou um vestido de cor lilás reluzente e um par de sandálias pretas e colocou-as sobre o tórax, juntamente com um conjunto de sutiã e calcinha da mesma cor. Virando-se para o espelho, ela terminou de escovar os cabelos e pôs a escova de volta sobre a pia. Sua cabeça inclinou-se para o lado admirando a pequena coleção de cosméticos que Gypsy tinha e aplicou um deles rapidamente, além de secar o cabelo.

      Ela voltou a olhar para o espelho apenas para dar um suspiro ofegante, ao ver o mesmo símbolo que estava em seu ombro, agora rabiscado junto com uma imagem preta acetinada, olhando para ela em vez de seu próprio reflexo. Um verdadeiro grito de terror escapou-lhe dos lábios quando a escuridão intensa atravessou o espelho em direção a ela.

      Lacey cambaleou para trás e quase tropeçou no baú, na pressa para ficar fora do alcance da criatura. Suas costas bateram na parede do banheiro enquanto aqueles braços excessivamente longos continuavam a se aproximar dela e os lábios de aspecto sinistro se moviam em um ritmo que ela poderia dizer que se tratava de algum tipo de cântico.

      Ela deu um pulo quando a porta do banheiro de repente abriu para dentro e Ren apareceu de pé na porta, com Gypsy logo


Скачать книгу