Rastro de um Assassino . Блейк Пирс

Rastro de um Assassino  - Блейк Пирс


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      Ele pegou seu celular e usou o que pareceu ser uma função do tipo walkie-talkie.

      "Lupe, você sabe se o carro de Kendra está na garagem?"

      A resposta foi quase imediata.

      "Não, Dr. Burlingame. Eu conferi quando o senhor ligou mais cedo. Não está lá. Também, notei que uma de suas pequenas malas de viagem estavam faltando do armário quando eu fui pendurar algumas roupas".

      Burlingame parecia perplexo.

      "Isso é estranho", ele disse.

      "O quê?" Keri perguntou.

      "Não entendo por que ela levaria uma mala a algum lugar. Ela tem uma bolsa que usa quando vai à academia e uma bolsa protetora em que coloca vestidos de festa, quando planeja se trocar no local de um evento de gala. Mas só usa as malas quando realmente estamos viajando".

      Depois de subir o lance de escadas e caminhar por um longo corredor, eles chegaram até o quarto principal. Brody, sem fôlego pelo longo trajeto, colocou as mãos nos quadris, inflou o peito e respirou com dificuldade.

      Keri deu uma olhada no quarto. Era enorme, maior que sua casa-barco inteira. A cama king size com dossel estava arrumada. Um tecido leve e delicadamente decorado a envolvia, fazendo-a parecer uma nuvem quadrada. A varanda grande, com a porta bem aberta, era voltada para o oeste, com vista para o Oceano Pacífico.

      Uma imensa TV de tela plana, com cerca de 75 polegadas, pendia da parede. As outras paredes eram decoradas com bom gosto com pinturas e fotos do feliz casal. Keri caminhou até uma delas.

      Eles pareciam estar de férias, em algum lugar tropical, com o mar ao fundo.

      Jeremy usava uma camisa de botões rosa fora da calça, impecável, com uma bermuda xadrez combinando. Ele usava óculos de sol e seu sorriso era um pouco amarelo e forçado, o sorriso de um homem desconfortável ao tirar uma foto.

      Kendra Burlingame usava uma canga turquesa com sandálias de salto, amarradas ao redor dos tornozelos. Sua pele bronzeada se destacava contra o tecido. Seu cabelo negro estava amarrado num rabo de cavalo frouxo e seus óculos escuros descansavam sobre a cabeça. Ela tinha um sorriso largo, como se tivesse acabado de conter uma risada. Era tão alta quanto o marido, com pernas longas e olhos azuis que combinavam com o mar atrás de si. Os braços dele envolviam casualmente a cintura da esposa, apoiando-a. Kendra era incrivelmente bonita.

      "Então, qual a última vez em que viu sua mulher?" Keri perguntou. Ela estava de costas para Burlingame mas podia ver seu reflexo na moldura de vidro.

      "Aqui", ele disse, seu rosto preocupado sem esconder nada, pelo que ela podia dizer. "Foi ontem de manhã. Tinha que sair mais cedo para ir até San Diego supervisionar um procedimento complicado. Ela ainda estava na cama quando lhe dei um beijo de despedida. Era provavelmente por volta de 6h45".

      "Ela estava acordada quando você saiu?" Brody perguntou.

      "Sim. A TV estava ligada. Ela estava assistindo ao noticiário local para ver como estaria o tempo para o evento de hoje à noite".

      "E essa foi a última vez em que a viu, ontem de manhã?" Keri perguntou novamente.

      "Sim, detetive", ele disse, parecendo levemente aborrecido pela primeira vez. "Já respondi a isso várias vezes. Posso fazer uma pergunta?"

      "É claro".

      "Sei que temos que pasar por tudo metodicamente aqui. Mas, enquanto isso, você poderia pedir ao seu pessoal para checar o GPS no celular e no carro de Kendra? talvez isso possa ajudar a localizá-la".

      Keri estava esperando que ele fizesse essa pergunta. É claro que Hillman havia ordenado que os especialistas em tecnologia na delegacia começassem o processo no momento em que abriram ocaso. Mas ela vinha segurando esse detalhe para este momento. Queria avaliar a reação dele à sua resposta.

      "É uma boa ideia, Dr. Burlingame", ela disse, "tanto que já fizemos isso".

      "E o que descobriram?" Burlingame perguntou, esperançoso.

      "Nada".

      "Como assim, nada?"

      "Parece que o GPS foi desligado, tanto no telefone quanto no carro".

      Keri, completamente, alerta, observava a reação de Burlingame de perto.

      Ele ficou olhando para ela, atônito.

      "Desligado? Como isso é possível?"

      "Só é possível se foi feito intencionalmente, por alguém que não queria que o celular ou que o carro fossem encontrados".

      "Isso significa que foi um sequestrador que não queria que ela fosse encontrada?"

      "É possível", Brody respondeu. "Ou pode ser que ela não quisesse ser encontrada".

      A expressão de Burlingame passou de atônita para incrédula.

      "Você está sugerindo que minha mulher foi embora por conta própria e tentou esconder aonde estava indo?"

      "Não seria a primeira vez", Brody disse.

      "Não. Isso não faz nenhum sentido. Kendra não é o tipo de pessoa que faz isso. Além do mais, ela não tinha motivos. Nosso casamento é bom. Amamos um ao outro. Ela adora o trabalho na fundação. Ama aquelas crianças. Não iria apenas fugir e abandonar tudo. Eu saberia se houvesse algo errado. Eu saberia".

      Para o ouvido de Keri, ele parecia quase suplicar, como um homem tentando convencer a si mesmo. Parecia totalmente perdido.

      "Tem certeza disso, doutor?" ela perguntou. "Às vezes, escondemos coisas, mesmo daqueles que amamos. Haveria mais alguém em quem ela confiasse, além de você?"

      Burlingame parecia não estar ouvindo-a. Ele sentou na borda da cama, meneando lentamente a cabeça, como se, de alguma forma, isso fosse afastar a dúvida de sua mente.

      "Dr. Burlingame?" Keri perguntou novamente, com calma.

      "Hã... sim", ele disse, voltando a si. "Sua melhor amiga é Becky Sampson. Elas se conhecem desde a faculdade. Foram a um encontro de ex-alunos do ensino médio juntas há umas duas semanas e Kendra voltou um pouco perturbada, mas não disse por quê. Ela mora perto da Robertson Boulevard. Talvez, tenha mencionado algo para ela".

      "Certo, vamos entrar em contato", Keri garantiu. "Enquanto isso, uma unidade designada para a cena do crime virá fazer uma busca minuciosa em sua casa. Vamos entrar em contato sobre a última localização conhecida do carro e celular de sua esposa antes do GPS ser desligado. Está me ouvindo, Dr. Burlingame?"

      O homem parecia ter entrado num torpor, olhando para um ponto à frente. Ao ouvir seu nome, ele piscou e pareceu voltar a si.

      "Sim, unidade fará uma busca pela casa, conferir GPS. Eu compreendo".

      "Também precisaremos verificar tudo sobre seu paradeiro ontem, incluindo seu período em San Diego", Keri disse. "Vamos contactar todo mundo com quem o senhor falou enquanto esteve lá".

      "É apenas parte do nosso trabalho", Brody acrescentou, numa tentativa desajeitada de ser diplomático.

      "Eu compreendo. Tenho certeza de que o marido é geralmente o principal suspeito quando uma mulher desaparece. Faz sentido. Farei uma lista de todo mundo com quem interagi e darei a vocês seus números de telefone. Vocês precisam disso agora?"

      "Quanto antes, melhor", Keri disse. "Não quero ser grosseira, mas você está certo, doutor, o marido é, geralmente, o principal suspeito. E quanto antes pudermos eliminar essa possibilidade, mais rápido podemos passar para outras teorias. Alguns policiais virão isolar toda a área. Enquanto isso, gostaria que o senhor e Lupe se juntassem a nós no pátio onde o detetive Brody e eu estacionamos. Vamos esperar lá até a chegada de reforço e que a CSU possa começar a processar a cena do crime".

      Burlingame assentiu e saiu vacilante do quarto. Então, de repente, levantou a cabeça e fez uma pergunta.

      "Quanto tempo ela tem, detetive


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