Obcecada . Морган Райс
Caleb se arregalaram. "Caitlin, você enlouqueceu?"
Mas, assim que ele perguntou, viu que ela estava pegando o pacote do paraquedas.
"Não estou louca," disse ela. "Sou apenas uma mãe cuja filha precisa dela."
Assim que as palavras deixaram seus lábios, a dolorosa necessidade de ver sua filha a inundou novamente. Ela conseguia enxergar uma figura ao longe e pensou que, talvez, fosse um edifício.
Pingos de chuva começaram a cair, desenhando linhas sobre o vidro e refletindo a luz brilhante da lua e as mãos de Caleb apertando os controles.
"Você quer que eu abandone o avião," disse ele, com calma, mais como uma afirmação do que uma pergunta.
Caitlin fechou o paraquedas em seu corpo. "Sim."
Ela estendeu o outro pacote de paraquedas para Caleb. Ele apenas olhou para ela, a expressão em seu rosto era de incredulidade.
"Não há lugar para pousar o avião," Caitlin acrescentou com firmeza. "Você mesma disse isso."
"E se a gente se afogar?" Caleb quis saber. "Se as ondas forem fortes demais? A água, muito fria? Como podemos ajudar Scarlet se estivermos mortos?"
"Você precisa confiar em mim," disse Caitlin.
Caleb respirou fundo. "O quão certa você está de que Scarlet está por perto?"
Caitlin nivelou seu olhar com o de Caleb quando outra pontada de desejo correu por ela. "Tenho certeza."
Caleb puxou ar entre os dentes e, em seguida, sacudiu a cabeça.
"Não posso acreditar que estou fazendo isso," disse ele.
Em seguida, ele rapidamente tirou as alças de seus ombros e colocou o paraquedas. Assim que se aprontou, ele olhou para Caitlin.
"Isso não vai ser divertido," ele falou. "E pode não acabar bem."
Ela estendeu a mão e apertou a mão dele. "Eu sei."
Caleb assentiu, mas Caitlin podia ver o medo no rosto e a preocupação em seus olhos.
E então ele bateu a palma da mão sobre o botão de ejeção.
De uma vez só, uma rajada de vento girou em torno deles. Caitlin sentiu seu cabelo emaranhar no vento gelado e sentiu-se impelida para cima tão rapidamente que seu estômago parecia afundar, como se tivesse sido deixado para trás.
E então eles estavam caindo.
CAPÍTULO TRÊS
Vivian acordou de repente e se viu deitada numa espreguiçadeira em seu quintal. O sol havia sumido há muito tempo e o luar brilhou fora da superfície da piscina. Das janelas da mansão de sua família, um brilho laranja e quente se espalhava pelo gramado tão bem cuidado.
___Vivian sentou-se e foi atingida por uma onda de dor. Ela parecia irradiar de seus próprios poros, como se cada um de suas terminações nervosas estivesse em chamas. Sua garganta estava seca, sua cabeça latejava, e havia uma sensação pulsante como punhais atrás de seus olhos.
Vivian agarrou os lados da espreguiçadeira para se firmar quando náuseas vieram.
O que está acontecendo comigo?
Memórias começaram a flutuar na superfície de sua mente, dentes caindo sobre ela, uma dor excruciante em seu pescoço, o som da respiração grotesca de alguém em seu ouvido, o cheiro de sangue enchendo suas narinas.
Vivian agarrou as laterais com mais força quando lembranças horríveis lhe passaram por sua cabeça. Seu coração batia rápido e seu estômago despencou enquanto ela se lembrou de que finalmente do momento em que Joe a transformara em um vampiro. Ao entender, a espreguiçadeira se quebrou.
Vivian deu um salto, alarmada com sua força. Com isso, a dor que ela estava sentindo imediatamente dissipou. Sentia-se diferente, quase como se estivesse habitando um novo corpo. Um poder que não existia antes correu por suas veias. Por ser líder de torcida, ela sempre fora forte e atlética - porém, o que ela sentia agora era mais do que apenas aptidão física. Era mais do que força. Ela se sentia invencível.
Não era apenas o poder. Havia algo mais se acumulando dentro dela. Raiva. Fúria. O desejo de causar dor. O desejo de vingança.
Ela queria fazer Joe sofrer pelo que ele tinha feito com ela. Ela queria fazê-lo sofrer o tanto que ela estava sofrendo.
Ela tinha apenas começado a caminhar em direção à mansão, determinada a juntar as peças e encontrá-lo, quando as portas do pátio se abriram. Ela parou assim que sua mãe, usando seus chinelos rosa de pompom, roupão de seda e óculos de sol Prada, a encarou. Era típico de que sua mãe usar óculos de sol mesmo quando estava escuro. Seu cabelo estava em rolos, um sinal de que ela estava se preparando para sair, provavelmente para uma de suas funções estúpidas na sociedade.
Ao olhar para sua mãe, a recente raiva de Vivian começou a borbulhar até o limite. Ela apertou as mãos em punhos.
"O que você está fazendo aqui fora?" sua mãe gritou, usando uma voz crítica e estridente que deixou os nervos de Vivian à flor da pele. "Você deveria estar se preparando para a festa dos Sandersons!" Ela fez uma pausa quando Vivian deu um passo para a luz. "Meu Deus do céu, parece que você está morta! Venha para dentro rapidamente para que eu possa ajeitar o seu cabelo.”
O longo cabelo loiro de Vivian já fora seu orgulho e alegria, fonte de inveja entre seus colegas de escola e um poderoso ímã para meninos bonitos - mas, agora, Vivian não conseguia se importar menos com sua aparência. Tudo em que ela podia pensar eram as novas sensações ricocheteando através de seu corpo, a fome que corroía a boca do seu estômago e o desejo de matar que pulsava em suas veias.
"Venha!" sua mãe chamou rispidamente, fazendo com que os rolos em sua cabeça balançassem. "O que você está esperando aí?"
Vivian sentiu um sorriso se formar no canto da boca. Ela deu mais um passo lento em direção à mãe. Quando ela falou, sua voz era fria e sem emoção.
"Eu não vou para a festa dos Sandersons."
Sua mãe a encarar, seu olhar estava cheio de ódio.
"Não vai?" Ela berrou. "Isso não é uma opção, mocinha. Este é um dos eventos mais importantes no calendário deste ano. Se você não for, todos os tipos de rumores vão começar a espalhar. Agora se apresse, temos apenas uma hora antes que o carro chegue. E olhe para as suas unhas! Parece que você esteve rastejando na sujeira!"
Ela lhe lançou um olhar de incredulidade misturado com descrença e vergonha.
A raiva de Vivian só aprofundou. Ela pensou na forma em que sua mãe a tratara durante toda a sua vida, sempre colocando suas premiadas funções da sociedade em primeiro lugar, só se preocupava se Vivian se encaixava na imagem perfeita que ela queria projetar para todo mundo. Ela odiava essa mulher, mais do que conseguia expressar.
"Eu não vou para a festa os Sandersons," Vivian rosnou, se aproximando.
Ela então percebeu que havia uma palavra para o que ela estava fazendo: cercando. Era o que grupos de animais faziam na natureza quando se aproximam de suas presas. Uma ansiedade de antecipação a percorreu enquanto observava a mudança de expressão de sua mãe passar de frustração para medo.
"Eu não vou para a festa dos Sandersons," Vivian repetiu "ou dos Johnsons, dos Gilbertons, dos Smythes. Eu não vou mais para nenhuma festa."
O olhar nos olhos de sua mãe era algo que Vivian não queria nunca esquecer.
"O que deu em você?" ela questionou, desta vez, com um tremor nervoso em sua voz.
Vivian se aproximou. Ela lambeu os lábios e estalou pescoço.
Sua mãe recuou, horrorizada.
"Vivian...," ela começou.
Mas ela não teve