Atropos. Federico Betti

Atropos - Federico  Betti


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      II

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      

      Ao se acordar, de manhã cedo, para conseguir tomar o café da manhã com calma antes de ir para o trabalho, Stefano Zamagni não pensava de forma alguma que aquele dia iria ser tão aflitivo.

      Tomou antes uma ducha, depois preparou uma xícara de café que acompanhou com algumas fatias de pão torrado, depois saiu.

      Chegou à Central de Polícia às 8:30 h, depois de aproximadamente meia hora de caminho no meio do tráfego da rua Emilia, no trecho que liga San Lazzaro di Savena, onde morava, e Bolonha.

      Odiava os engarrafamentos nas estradas, principalmente se gerados por uma massa de pessoas apressadas para chegar ao trabalho.

      Por que não saem um pouco mais cedo?, se perguntava às vezes, mas sem nunca encontrar uma resposta sensata.

      Ao chegar no escritório, sobre a sua escrivaninha o esperavam várias mensagens cartáceas, algumas das quais escritas por ele próprio na noite antes, como lembretes.

      Leu rapidamente, depois as jogou no cesto de lixo.

      “Come vai, inspetor?”, lhe perguntou um agente simples de passagem.

      “Bem, obrigado”, respondeu cordialmente. “E o senhor? Tudo bem? ”

      “Sim, obrigado.”

      “Perfeito. Então, lhe desejo um bom dia e vamos esperar que seja tranquilo até à noite.”

      “Vamos esperar”, concordou o agente, despedindo-se.

      Poucos minutos depois, o capitão da Seção de Homicídios se apresentou no escritório de Zamagni e, pelo ar que emanava, não parecia ser uma visita de cortesia.

      “Olá Zamagni, preciso de você”, disse sem preâmbulos.

      “Devo me preparar para o pior?”, perguntou o inspetor.

      “Espero que não seja nada complicado, mas certamente será algo desagradável. Recebemos um telefonema de uma pessoa que disse ter chegado na casa da filha e a encontrou sem vida.”

      “Teria preferido começar o dia de forma diferente”, disse Zamagni, “Sabe-se alguma informação a mais? Ou seja, referente a esta pessoa que chamou.”

      “A senhora disse que chegou à casa da filha e ela não abriu a porta apesar da campainha ter sido tocada várias vezes, assim a senhora que parece tinha as chaves do apartamento, voltou para sua casa, pegou as chaves e quando abriu a porta, a encontrou estendida no chão da sala de estar”.

      “Entendo.”, disse Zamagni e, depois de uma breve pausa, disse: “Por que teria sido um homicídio? Não poderia ter morrido por causas naturais? Um acidente?”.

      “Não sei”, respondeu o capitão, “Acho que a melhor coisa a ser feita é ir para o local e tentar entender algo mais em relação ao que aconteceu... A senhora que telefonou está esperando a nossa chegada e eu lhe disse para ficar à disposição, para qualquer coisa.”

      “Certo.”, concordou Zamagni, “Vou verificar agora.”

      

      

      A garota estava ainda na posição em que a mãe a tinha encontrado, estendida no chão.

      “Não toquei em nada, posso garantir”, disse a senhora, depois que lhe foi mostrada a carteira da Polícia, como para desculpar-se imediatamente de algo que não tinha feito.

      “A senhora se saiu muito bem", lhe respondeu Zamagni. “Posso saber o seu nome?”

      “Chiara. Chiara Balzani.”, se apresentou. ”E ela é minha filha”, adicionou, voltando-se para o corpo da garota, como se ainda estivesse viva.

      “Entendo. Poderia me dizer também o nome de sua filha, por favor?”

      “Oh... claro, me desculpe. Estou ainda sob choque pelo que aconteceu. Ela se chama... se chamava... Lucia Mistroni.”

      “Obrigado.”, disse Zamagni, depois acrescentou: “Posso saber por qual motivo, a senhora não hesitou em chamar a polícia? Quero dizer, a morte poderia ter sido devida a um infarto ou alguma outra causa natural, não?”. E, dirigindo-se ao agente Marco Finocchi que o acompanhava: “Anote tudo.”

      O agente acenou com a cabeça.

      “A sua pergunta é legítima, mas parece que a minha


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