Alvo Zero . Джек Марс
minutos cobrindo-os e o braço exposto e em decomposição com terra parcialmente congelada. Ele desmontou o local da escavação, retirando as estacas e arrancando a fita.
Demorou, trabalhando meticulosamente, ninguém tentaria entrar em contato com a equipe de pesquisa por mais oito a doze horas, e seria pelo menos um total de vinte e quatro antes que a OMS mandasse alguém para o local. Uma investigação certamente acharia os corpos enterrados, mas Cheval não estava disposto a facilitar as coisas para eles.
Por fim, pegou os frascos de vidro contendo as amostras do braço em decomposição e cuidadosamente os deslizou, um por um, nos tubos de espuma seguros da caixa de aço inoxidável, o tempo todo ciente de que qualquer um deles tinha o poder de ser incrivelmente mortal. Depois selou os quatro fechos e levou as amostras de volta ao acampamento.
No cômodo improvisado, Cheval entrou no chuveiro portátil de descontaminação. Seis bocais o pulverizaram de todos os ângulos com água quente fumegante e um emulsificador embutido. Uma vez terminado, cuidadosamente e metodicamente tirou o traje de proteção amarelo, deixando-o no chão da tenda. Era possível que seus cabelos ou saliva, fatores de identificação, pudessem estar no traje, mas tinha uma última ação para executar.
Na parte de trás do jipe de Cícero, havia duas latas de gasolina vermelhas e retangulares. Seria necessário apenas uma para ele alcançar a civilização novamente. A outra ele jogou no cômodo, nas quatro tendas de neoprene e na cobertura de lona.
Então ele acendeu o fogo. O fogo subiu rapidamente e instantaneamente, enviando fumaça preta e oleosa para o céu. Cheval entrou no jipe com a caixa de amostras de aço e foi embora. Não acelerou, e não olhou no espelho retrovisor para assistir o lugar queimar. Deu tempo ao tempo.
Imam Khalil estaria esperando. Mas o jovem francês ainda tinha muito o que fazer antes que o vírus estivesse pronto.
CAPÍTULO UM
Reid Lawson espiou pelas persianas de seu escritório em casa pela décima vez em menos de dois minutos. Estava ficando ansioso; o ônibus deveria ter chegado.
Seu escritório ficava no segundo andar, o menor dos três cômodos de sua nova casa na rua Spruce, em Alexandria, Virgínia. Era um contraste bem-vindo em relação ao apertado e quadrado design de um escritório que tinha no Bronx. Metade de suas coisas foram descompactadas; o resto ainda estava em caixas espalhadas pela sala. Suas estantes foram montadas, mas seus livros estavam empilhados em ordem alfabética no chão. As únicas coisas que tinha tido tempo para montar e organizar completamente eram sua escrivaninha e o computador.
Reid dissera a si mesmo que hoje seria o dia em que finalmente, quase um mês inteiro depois de se mudar, terminaria de desempacotar as coisas do escritório.
Ele chegou a abrir uma caixa. Foi o começo.
O ônibus nunca atrasa, pensou. Está sempre aqui entre três e vinte e três e três e vinte e cinco. São três e trinta e um.
Vou ligar para elas.
Pegou o celular da mesa e discou o número de Maya. Ele andava enquanto o celular tocava, tentando não pensar em todas as coisas terríveis que poderiam ter acontecido com suas garotas entre a escola e a casa.
A chamada foi desviada para o correio de voz.
Reid desceu as escadas correndo para o vestíbulo e vestiu uma jaqueta leve; março na Virgínia era consideravelmente mais agradável que Nova York, mas ainda um pouco frio. Com as chaves do carro na mão, ele digitou o código de segurança de quatro dígitos no painel de parede para armar o sistema de alarme para o modo —ausente—. Sabia a rota precisa que o ônibus fazia; poderia voltar até o colégio se precisasse, e…
Assim que ele abriu a porta da frente, o brilhante ônibus amarelo chiou até parar no final de sua rua.
–No flagra, Reid murmurou. Não podia voltar para a casa. Sem dúvida havia sido visto. Suas duas adolescentes saíram do ônibus e desceram a passarela, parando a poucos passos da porta que ele bloqueava enquanto o ônibus se afastava de novo.
–Oi, meninas, disse tão brilhantemente quanto possível. Como foi lá na escola?
A mais velha, Maya, lançou-lhe um olhar desconfiado quando cruzou os braços sobre o peito.
–Aonde você vai?
–Um… pegar a correspondência, disse a ela.
–Com as chaves do seu carro? Ela gesticulou para o punho dele, que de fato estava segurando as chaves de sua SUV prateada.
–Tente novamente.
–Sim, pensou. No flagra. O ônibus estava atrasado. E eu já disse, se você vai se atrasar, tem que ligar. E por que você não atendeu o seu telefone? Eu tentei ligar.
–Seis minutos, pai. Maya balançou a cabeça. Seis minutos não é um atraso. Seis minutos de trânsito. Houve uma batida na Vine.
Ele se afastou quando entraram na casa. Sua filha mais nova, Sara, deu-lhe um breve abraço e um murmúrio de —Oi, papai—.
–Oi, querida. Reid fechou a porta atrás deles, trancou-a e digitou o código no sistema de alarme novamente antes de voltar para Maya. Com trânsito ou não, eu quero que você me avise quando for se atrasar.
–Você é neurótico, ela murmurou.
–Como é? Reid piscou surpreso. Você parece estar confundindo neurose com preocupação.
–Ah, por favor, respondeu Maya. Você está de olho na gente há semanas. Desde que você voltou.
Ela estava, como de costume, certa. Reid sempre foi um pai protetor, e isso cresceu ainda mais quando sua esposa e mãe das meninas, Kate, morreram dois anos atrás. Mas nas últimas quatro semanas, havia se tornado um verdadeiro pai vigilante, olhando tudo e (se estivesse sendo honesto), talvez sendo um pouco autoritário.
Mas não iria admitir isso.
—Minha querida e doce filha, ele a repreendeu, enquanto você floresce para a idade adulta, você terá que aprender uma verdade muito difícil, que às vezes você está errada. E agora, você está errada. Ele sorriu, mas ela não. Era da sua natureza tentar diluir a tensão com suas filhas usando o humor, mas Maya não estava fazendo o mesmo.
—Seja como for. Ela marchou pelo vestíbulo e entrou na cozinha. Tinha dezesseis anos e era incrivelmente inteligente para sua idade – às vezes, parecia inteligente até demais. Tinha o cabelo escuro como Reid e propensão para um discurso dramático, mas ultimamnte parecia ter uma tendência à angústia adolescente, ou pelo menos para o mau humor… provavelmente causado por uma combinação da ociosidade constante e óbvia desinformação de Reid sobre os eventos que ocorridos no mês anterior.
Sara, a mais nova, subiu as escadas.
–Vou começar minha lição de casa, ela disse calmamente.
Deixado sozinho no foyer, Reid suspirou e encostou-se a uma parede branca. Seu coração se partiu por suas garotas. Sara tinha quatorze anos e era geralmente vibrante e doce, mas sempre que o assunto surgia do que acontecera em fevereiro, ela saía rapidamente.
Ela simplesmente não queria falar sobre isso. Apenas alguns dias antes, Reid tentou convidá-la para ir à uma terapeuta, uma terceira pessoa neutra com quem ela pudesse conversar. (Claro, teria que ser alguém afiliado à CIA.) Sara recusou com um simples e sucinto —não, obrigada— e correu antes que Reid conseguisse qualquer outra palavra.
Odiava esconder a verdade de suas filhas, mas era necessário. Fora da Agência e da Interpol, ninguém poderia saber a verdade – que pouco mais de um mês atrás ele havia recuperado uma parte de sua memória como Agente da CIA sob o pseudônimo de Kent Steele, também conhecido por seus colegas e inimigos como Agente Zero. Um supressor de memória experimental em sua cabeça fez com que ele esquecesse tudo sobre Kent Steele e seu trabalho como Agente por quase dois anos,