Um Céu De Feitiços . Морган Райс

Um Céu De Feitiços  - Морган Райс


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está morto. E eu não tenho direito de viver sem ele."

      Reece sente um arrepio percorrer seu corpo ao ouvir estas palavras. Claramente, Conven ainda está dominado pela tristeza; e usa o luto como uma medalha de honra. Conven está parecendo mais um morto-vivo, seu olhar está vazio. Reece ainda se lembra de vê-los cheios de alegria. Reece percebe que seu luto é profundo, e tem a sensação de que ele talvez nunca consiga superar isso. Reece se pergunta o que seria de Conven. Pela primeira vez, ele não consegue pensar em nada bom.

      Eles marcham sem parar, as horas passam, e eles alcançam mais um campo de batalha, completamente repleto de cadáveres. Illepra, Selese e os outros se espalham, indo de cadáver em cadáver, virando-os, procurando por qualquer sinal de Godfrey.

      "Estou vendo mais MacGils neste campo," Illepra diz esperançosamente, "e quase nenhum sinal do dragão. Talvez Godfrey esteja aqui."

      Reece olha para cima e, ao ver os milhares de cadáveres, se pergunta se, mesmo que ele estivesse aqui, como seria possível encontrá-lo.

      Reece se afasta e começa a olhar de cadáver em cadáver, juntamente com os outros, virando cada um deles. Ele vê todos os rostos de seu povo, alguns que ele reconhece e muitas pessoas estranhas – pessoas que ele conhecia e com quem havia lutado e pessoas que lutaram por seu pai. Reece fica espantado com a devastação que de sua terra natal, como uma praga, e sinceramente espera que tudo tenha finalmente acabado. Ele já havia visto batalhas, guerras e cadáveres suficientes para uma vida inteira. Ele está pronto para se estabelecer e viver em paz, se recuperar e reconstruir sua vida novamente.

      "Aqui!" Grita Indra, sua voz cheia de emoção. Ela fica em pé sobre um corpo e olha para baixo.

      Illepra se vira e sai correndo, e todos e reúnem ao redor dele. Ela se ajoelha ao lado do corpo, e as lágrimas inundam seu rosto. Reece se ajoelha ao lado dela e suspira ao ver seu irmão.

      Godfrey.

      Com a grande barriga de fora, a barba por fazer, os olhos fechado, muito pálido e com as mãos azuis devido ao frio, ele parece morto.

      Illepra se inclina sobre ele e chacoalha seu corpo algumas vezes; ele não responde.

      "Godfrey! Por Favor! Acorde! Sou eu! Illepra! GODFREY!"

      Ela o sacode uma e outra vez, mas ele não desperta. Finalmente, freneticamente, ela se vira para os outros, olhando na direção de seus cintos.

      "Seu vinho!" Ela exigiu de O'Connor.

      O'Connor se atrapalha um pouco, mas se apressa a entregá-lo a Illepra.

      Ela pega o vinho e o segura sobre o rosto de Godfrey, esguichando um pouco em seus lábios. Ela levanta a cabeça dele, abre sua boca, e esguicha um pouco em sua língua.

      Há uma resposta súbita, quando Godfrey lambe os lábios e engole.

      Ele tosse, e então se senta, pega o saco com os olhos ainda fechados, e começa a beber mais e mais, até ficar completamente sentado. Ele abre os olhos devagar e limpa a boca com as costas da mão. Ele olha em volta, confuso e desorientado, e arrota.

      Illepra grita de alegria, inclinando-se e dando-lhe um grande abraço.

      "Você sobreviveu!" ela exclama.

      Reece suspira de alívio quando seu irmão olha em volta, confuso, mas bastante vivo.

      Elden e Serna seguram Godfrey pelos ombros e o colocam em pé. Godfrey fica parado, vacilante a princípio, e então ele dá outro longo gole de vinho e limpa a boca com as costas da mão.

      Godfrey olha ao redor, com os olhos turvos.

      "Onde estou?" ele pergunta. Ele estende a mão e coça a cabeça, que tem um grande ferimento, e seus olhos fecham de dor.

      Illepra estuda a ferida atentamente, passando a mão sobre ela, e sobre o sangue seco em seu cabelo.

      "Você está ferido," ela diz. "Mas pode se orgulhar: por estar vivo. Você está seguro."

      Godfrey cambaleia, e os outros o seguram.

      "Isso não é grave," ela diz, examinando-o, "mas você vai precisar de repouso."

      Ela tira uma bandagem de sua cintura e começa a envolvê-la em torno da cabeça dele, dando algumas voltas. Godfrey estremece, e olha para ela. Então, ele olha em volta e observa todos os corpos de olhos arregalados.

      "Eu estou vivo," ele fala. "Eu mal posso acreditar."

      "Você conseguiu," fala Reece, apertando o ombro de seu irmão mais velho, feliz. "Eu sabia que você conseguiria."

      Illepra o abraça e, lentamente, ele a abraça de volta.

      "Então é assim que é ser um herói," Godfrey observa, e os outros riem. "Se continuarem me dando bebida desse jeito," acrescenta ele, "talvez eu faça isso mais vezes."

      Godfrey dá outro gole e, finalmente, começa a caminhar com eles, inclinando-se sobre Illepra, com um braço em torno dela enquanto ela o ajuda a se equilibrar.

      "Onde estão os outros?" Godfrey pergunta no caminho.

      "Nós não sabemos," Reece responde. "Em algum lugar a oeste, eu espero. É para lá que estamos indo. Marchamos para Corte do Rei – para vermos se ele ainda vive."

      Reece engole em seco ao pronunciar estas palavras. Ele olha para o horizonte, e reza para que seus compatriotas tenham encontrado um destino semelhante ao de Godfrey. Ele pensa em Thor, em sua irmã Gwendolyn, em seu irmão Kendrick, e em tantos outros que ele ama. Mas ele sabe que a maior parte do exército do Império ainda não havia sido derrotada e, a julgar pelo número de mortos e feridos que ele já tinha visto, ele tem a sensação de que o pior ainda está por vir.

      CAPÍTULO OITO

      Thorgrin, Kendrick, Erec, Srog e Bronson se alinham diante do exército do Império,  com seus homens atrás deles, de armas em punho, preparando-se para enfrentar a ofensiva das tropas do Império. Thor sabe que este seria o derradeiro ataque, a batalha final de sua vida, mas ele não tem qualquer arrependimento. Ele morreria ali, de frente para o inimigo, em pé, de espada na mão, com seus companheiros de armas ao seu lado, defendendo sua terra natal. Ele teria a oportunidade de corrigir o que tinha feito ao enfrentar seu próprio povo na batalha. Não há mais nada que ele possa querer da vida.

      Thor pensa em Gwendolyn, e gostaria apenas de ter mais algum tempo por ela. Ele reza para que Steffen a tenha levado para um lugar seguro, atrás das linhas. Thos está determinado a lutar com tudo o que tem, e matar o maior número de soldados do Império que puder, apenas para impedi-los de machucá-la.

      Enquanto Thor permanece ali, ele sente no ar o companheirismo de seus irmãos, todos ali, destemidamente em pé, corajosamente defendendo seu terreno. Estes são os melhores homens do reino, os melhores cavaleiros – Pratas, MacGils e Silesianos – todos unidos, nenhum dando chance para o medo, apesar das probabilidades. Todos estão dispostos a dar suas vidas para defender sua pátria. Todos eles valorizam a honra e a liberdade mais do que a vida.

      Thor ouve as trombetas do Império, por toda a linha inimiga, e observa suas divisões com inúmeros homens alinhados em unidades precisas. Eles enfrentariam soldados disciplinados, soldados com comandantes impiedosos que tinham lutado a vida toda. Eles são como uma máquina bem ajustada, treinada para continuar em face da morte de seu líder. Um novo comandante havia assumido o comando do Império, e agora lidera suas tropas. Eles são numerosos, e Thor sabe que não há qualquer possibilidade de derrotá-los com tão poucos homens. Mas isso não importa mais. Não importa se eles morrerem. Tudo o que importa é como eles morreriam. Eles morreriam em pé, como homens, em um confronto final que dificilmente seria esquecido.

      "Vamos esperar que eles venham até nós?" Pergunta em voz alta Erec. "Ou devemos lhes dar a saudação dos MacGils?"

      Thor sorri, junto com os outros. Não há nada como um pequeno exército atacando um maior. É imprudente, mas também pode ser visto com a mais alta demonstração de coragem.

      Como um só, Thor e seus homens de repente


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