Um Céu De Feitiços . Морган Райс
terra treme uma última vez, e então fica em silêncio, quando a fenda finalmente se fecha e a terra volta a ficar inteira novamente, como se nenhuma fissura tivesse existido. Os gritos horríveis dos mortos-vivos enchem o ar, abafados pela terra.
Um silêncio atordoado toma conta do campo de batalhas, uma calmaria momentânea enquanto todos se levantam e começam a assistir o que se passa.
Rafi grita, voltando suas atenções para Argon.
"ARGON!" Rafi grita.
É chegada a hora do confronto final daqueles dois grandes titãs.
Rafi corre para a o meio da clareira, segurando seu cajado vermelho no alto, e Argon não hesita, correndo para saudar Rafi.
Os dois se encontram no meio, cada um empunhando seu próprio cajado. Rafi baixa seu cajado golpeando Argon, que usa o seu cajado para bloquear o golpe. Uma grande luz branca surge, soltando faíscas quando as duas armas se encontram. Argon dá outro golpe, e Rafi também o bloqueia.
Eles continuam se enfrentando, golpe a golpe, atacando e bloqueando, enviando a luz branca para todos os lados. O chão treme com cada um de seus golpes, e Alistair pode sentir a enorme energia no ar.
Finalmente, Argon vê uma oportunidade, e ataca com seu cajado de baixo para cima; o golpe parte o cajado de Rafi ao meio.
O chão treme violentamente.
Argon avança, ergueu o cajado no alto com as duas mãos, e o mergulha bem no meio do peito de Rafi.
Rafi solta um grito terrível, e milhares de pequenos morcegos voam para fora de sua boca enquanto sua mandíbula permanece aberta. O céu se escurece por um momento, grossas nuvens negras se juntam sobre a cabeça de Rafi, e então começam a descer. Elas o envolvem completamente e Rafi geme ao ser erguido no ar, puxado para cima, para o céu, rumo a um destino terrível que Alistair prefere nem imaginar qual seja.
Argon fica ali, respirando com dificuldade, enquanto todos finalmente se calam, e Rafi está morto.
O exército de mortos-vivos grita à medida que, cada um à sua vez, todos eles se desintegram diante dos olhos de Argon, transformando-se em um monte de cinzas. Logo, o campo de batalha está repleto de milhares de montes, tudo o que resta das magias malignas de Rafi.
Alistair inspeciona o campo de batalha e vê que resta apenas uma batalha: do outro lado da clareira, seu irmão, Thorgrin, já está diante de seu pai, Andronicus. Ela sabe que, na batalha por vir, um daqueles homens determinados perderia sua vida: seu irmão ou seu pai. Ela torce para que seu irmão sobreviva.
CAPÍTULO CINCO
Luanda fica deitada no chão, aos pés de Romulus, assistindo com horror enquanto milhares de soldados do Império inundam a ponte, gritando com triunfo enquanto se dirigem para o Anel. Eles estão invadindo sua terra natal, e não há nada que ela possa fazer, a não ser ficar ali sentada, indefesa, e assistir, perguntando-se se ela, de alguma forma era a culpada por tudo aquilo. Ela não consegue evitar a sensação de que de alguma forma ela fosse responsável pela queda do Escudo.
Luanda se vira e olha para o horizonte, vê os intermináveis navios do império, e ela sabe que logo haveria milhões de tropas do Império ali. Seu povo estaria acabado; o Anel seria destruído. Ela não tem mais esperanças.
Luanda fecha os olhos e balança a cabeça diversas vezes. Houve um tempo em que ela estava tão zangada com Gwendolyn, com seu pai, e teria ficado feliz em testemunhar a destruição do Anel. Mas ela havia mudado de opinião, desde a traição e tratamento que tinha recebido de Andronicus, desde que havia raspado sua cabeça, e batido nela na frente de seu povo. Isso a tinha feito perceber o quão errada, e ingênua, ela tinha sido em sua própria busca pelo poder. Agora, ela daria qualquer coisa para ter sua antiga vida de volta. Tudo o que ela quer agora é uma vida de paz e contentamento. Ela já não tem ambição ou anseios por poder; agora, ela só quer sobreviver, e corrigir seus erros.
Mas enquanto observa o que se passa ao redor dela, Luanda percebe que é tarde demais. Agora sua querida pátria está a caminho de ser destruída, e não há nada que possa fazer.
Luanda ouve um barulho horrível, um riso misturado com grunhido, e ao olhar para cima ela vê Romulus em pé, com as mãos nos quadris, olhando tudo com um enorme sorriso no rosto, exibindo seus enormes dentes irregulares. Ele joga a cabeça para trás e dá uma gargalhada, exultante.
Luanda gostaria de matá-lo; se ela tivesse um punhal na mão, daria um golpe fatal em seu coração. Mas conhecendo-o, sabendo como ele é inabalável, a adaga provavelmente não conseguiria perfurá-lo.
Romulus olha para ela, e seu sorriso se transforma ema uma careta.
"Agora," ele diz, "é hora de matá-la lentamente."
Luanda ouve um ruído característico e observa enquanto Romulus saca uma arma da cintura. Parece ser uma espada curta, com uma ponta estreita e comprida. É uma arma do mal, claramente projetada para a tortura.
"Você vai sofrer muito, muito mesmo," ele diz.
Quando ele abaixa a arma, Luanda ergue as mãos ao rosto, como se para bloquear tudo. Ela fecha os olhos e grita.
É quando a coisa mais estranha acontece: quando Luanda grita, seu grito é respondido por um grito ainda mais intenso. É o grito de um animal. Um monstro. Um rugido primitivo, mais alto e mais ressonante do que qualquer coisa que Luanda já tinha ouvido em toda sua vida. É como um trovão, rasgando o céu distante.
Luanda abre os olhos e olha para os céus, se perguntando se ela tinha imaginado tudo aquilo. Seu grito havia soado como se tivesse sido o grito do próprio Deus.
Romulus, também atordoado, olha para cima, perplexo. Por sua expressão, Luanda consegue perceber que aquilo realmente tinha acontecido; ela não tinha imaginado nada.
E de repente, um segundo grito é ouvido, ainda pior do que o primeiro, com tal ferocidade, tal poder, que Luanda sabe que só pode ser uma coisa:
Um dragão.
À medida que os céus se abrem, Luanda se surpreende ao ver dois dragões imensos voarem acima dela, as maiores e mais assustadoras criaturas que ela já tinha visto, encobrindo o sol, transformando o dia em noite, e lançando uma sombra sobre todos eles.
A arma de Romulus cai de suas mãos, e ele fica boquiaberto. Claramente, ele também nunca tinha testemunhado algo parecido com aquilo, especialmente quando os dois dragões voam tão rente ao chão, pouco mais de 5 metros acima de suas cabeças, quase tocando neles. Suas longas caudas ficam penduradas abaixo deles, e quando gritam novamente, eles arqueiam as costas e abrem suas asas.
A princípio, Luanda se prepara para o inevitável, presumindo que eles estejam se aproximando para matá-la. Mas enquanto os observa, voando tão rápido, ao sentir o vento do rastro deles sobre ela, Luanda percebe que eles estão indo para outro lugar: atravessando o Canyon, em direção ao Anel.
Os dragões devem ter visto os soldados atravessando rumo ao Anel e percebido que o escudo havia sido desativado. Eles devem ter percebido que esta era a sua chance de entrar no Anel também.
Luanda observa, horrorizada, quando um dragão de repente abre a sua boca, desce, e sopra uma corrente de fogo nos homens sobre a ponte.
Milhares dos soldados do Império gritam, olhando para os céus quando uma grande muralha de fogo toma conta deles.
Os dragões continuam a voar, cuspindo fogo enquanto atravessam a ponte, queimando todos os homens de Romulus. Em seguida, eles continuam a voar, sobrevoando o Anel, cuspindo fogo e destruindo todos os homens do Império que encontram pela frente, enviando onda após onda de destruição.
Dentro de momentos, não restam homens Império na ponte, ou no continente do Anel.
Os homens do Império que se dirigiam para a ponte, que estavam prestes a cruzar, ficam paralisados no lugar. Eles não se atrevem a entrar. Em vez disso, eles se viram e começam a fugir de volta para os navios.
Romulus observa seus homens correndo, irado.
Luanda