Casamento de confiança. Emma Darcy

Casamento de confiança - Emma Darcy


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nas curvas quando ela se levantou da cadeira. Não se importava em exibi-las também. O top curto que lhe marcava os seios enlouqueceria a cabeça de qualquer homem. As calças de cintura descaída, expunham uma cintura altamente feminina e um umbigo nú com… Era uma tatuagem de uma borboleta?

      Não tinha tempo para um exame mais detalhado, pensou Tony, ao olhar fixamente para aquilo. Pele sedosa, dourada pelo sol, um suave arredondamento das curvas, definitivamente o tipo de mulher que o atraía.

      Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, e Tony segurou-a automaticamente, na verdade, sentiu um certo prazer em tocá-la. Uma mão delgada, quente e macia. Hannah sorriu e ele ficou momentaneamente fascinado pelas covinhas que apareceram nas suas bochechas. Um lindo efeito.

      Os olhos eram verdes e brilhantes. Alguns fios de cabelo saíam de uma trança bem-feita e caíam-lhe sobre as faces, emoldurando feições alegres que combinavam com as covinhas de menina.

      – Muito prazer em conhecê-lo, senhor King.

      Bonita voz, meio musical.

      – Tony – corrigiu, sem pensar.

      – Tony – repetiu num tom tão sensual que o excitou.

      Aqueles olhos verdes eram demasiado perigosos… Falavam de prazeres insondáveis, nos quais ele se perderia se não tomasse cuidado. Afinal, já estava a pensar que gostaria muito de provar aquela boca.

      De maneira relutante, soltou a mão que ainda segurava. Tinha consciência de que não era o lugar ou a hora certos, embora tivesse um forte desejo de perseguir aquela mulher, assim que a questão do emprego estivesse fora do caminho.

      Ainda bem que podia culpar a sua avó por seleccionar uma outra pessoa para o cargo de chefe de cozinha. O que sem dúvida ela faria. Era preciso separar negócios de prazer. E ele poderia arranjar algum outro trabalho para Hannah O’Neill, se a jovem quisesse ficar na cidade.

      – A menina O’Neill é a nova cozinheira do Duquesa.

      – O quê? – A grosseira pergunta saiu antes que Tony se desse conta. Virou-se para encarar a avó, franziu o sobrolho. – Já escolheu?

      Ela sorriu serenamente.

      – Deixaste a decisão nas minhas mãos, António. A menina O’Neill e eu conversámos antes de chegares. Não tenho dúvidas de que será uma excelente funcionária.

      – Oh, obrigada, senhora King. – Hannah passou por ele e segurou nas mãos da mulher, pressionando-as efusivamente. – Prometo que não vou decepcioná-la. E quando quiser que lhe faça um salmão, é só chamar e eu…

      Cozinheira? Tony olhou para a grossa trança que lhe caía pelas costas, até ao traseiro mais deleitável, e não conseguiu ver Hannah O’Neill na cozinha de um navio. Só conseguia vê-la numa cama… com ele!

      Entretanto, lá estava, vestida com roupas provocantes, dando-se maravilhosamente bem com a sua avó, que estava a sorrir como se ela fosse a sua «bebé», não se importando de ser agredida por uma mulher que mostrava um umbigo nú com uma borboleta tatuada.

      Tony ainda estava a tentar organizar as ideias em relação àquela incrível questão, quando Hannah se virou e lhe segurou na mão.

      – Serei a melhor cozinheira que já teve no Duquesa – murmurou com os olhos iluminados como uma árvore de Natal. – Aprenderei rapidamente qualquer coisa que precise de ser feita. Prometo que não ficará desapontado comigo, Tony.

      Tony… ela estava a fazer aquilo de novo, a fazer o seu nome soar como algo que estivesse a saborear. Era quase um beijo francês. E com toda certeza, ele ficaria desapontado se aquela rapariga trabalhasse para ele. Misturar todo aquele prazer com negócios só traria problemas.

      Naquele momento, com as mãos dela envolvidas na sua, Tony imaginou o lindo corpo a pressionar outra parte da sua anatomia, a qual já estava a causar-lhe problemas.

      – Acho que devemos sentar-nos e conversar – sugeriu rapidamente, ao perceber que pôr uma mesa entre eles era inevitável. Não só esconderia o seu desconforto físico, mas também lhe daria uma distância suficiente para ver Hannah O’Neill sob a luz dos negócios. Se é que isso era possível.

      – Oh, sim. – Ela soltou-lhe a mão. – Preciso saber quando pretende que eu comece e…

      – Tudo na sua hora – interrompeu. Fez um gesto para que ela se sentasse do outro lado da mesa.

      Ela contornou a mesa e dirigiu-se à cadeira que ele lhe indicou, totalmente impressionada e quase hipnotizada. Tony teve que desviar os olhos da mulher para se acomodar na cadeira e organizar a mente para lidar com a situação.

      Depois olhou para a avó, que reassumira o seu lugar. O ar complacente da senhora intrigava-o. Isabella devia ter demorado mais tempo para decidir, devia tê-lo consultado antes de dar o emprego a Hannah. Será que fora tomada por uma decisão impulsiva? A sua avó seria assim tão forte e decidida?

      – Ah, aí vem a Rosita com o chá da tarde – anunciou ela, obviamente feliz por tornar aquela ocasião social.

      Tony desistiu. Hannah, de alguma forma, conquistara a sua avó e ela estava a dar o último selo de aprovação: chá da tarde com Isabella Valeri King na pérgula. Ele teria de lidar com aquilo, gostasse ou não.

      Aceitando o inevitável, ele agarrou no curriculum que continha as particularidades de Hannah e concentrou-se nos negócios. O prazer estava de fora. Independente de quão forte fosse a tentação, era absoluta loucura envolver-se com uma funcionária. Precisava de manter a distância, o problema seria como consegui-lo.

      – Vejo que respondemos ao seu curriculum na Loja Mason, em Cape Tribulation – começou ele, precisando estabelecer um clima sério.

      – Humm…

      Olhou para cima e viu-a a lamber o chantilly dos lábios. O seu estômago contraiu-se imediatamente, atingido por uma onda de desejo tão forte que quase o fez perder o controlo.

      – Tinha ido buscar o meu correio – explicou, quando terminou de comer uma garfada do bolo. – Passei algumas semanas a explorar a Daintree. Que floresta impressionante! Estar lá foi como voltar ao tempo…

      – Sim – disse, ao cortar a voz lírica e perturbadora. Agarrou numa caneta e apontou para o formulário que ela preenchera. – Onde está hospedada em Porto Douglas?

      Hannah respirou fundo.

      – Ainda não encontrei nada. Cheguei de Cape Tribulation esta manhã, para a entrevista. Mas encontrarei algum quarto antes do anoitecer. Reparei que aqui existem muitos alojamentos.

      Tony teve a impressão de que Hannah era um tanto ou quanto aventureira. Que não estava preparada para assumir aquela função.

      – Alojamentos turísticos – apontou ele. – Se pretende ficar durante toda a estação…

      – Com certeza – assegurou Hannah. – Vou procurar um lugar.

      – Onde deixou a bagagem?

      – Pus num cofre na marina. – Inclinou-se para a frente, sorriu, como que num apelo para ser compreendida. – Tudo iria depender desta entrevista.

      Definitivamente uma aventureira, pensou Tony preocupado, ao lutar para não olhar para aqueles olhos.

      – Vai precisar de um apartamento com uma cozinha bem equipada – acrescentou a senhora King com autoridade. – António, até que a menina O’Neill encontre o lugar certo para morar, acho melhor colocá-la num dos apartamentos de hóspedes que o Alessandro tem no Coral King.

      – Um apartamento de hóspedes? – Tony olhou para a avó. Teria enlouquecido? Hannah O’Neill não era da família. Era uma funcionária e não muito boa, do seu ponto de vista. Ela ainda nem fora testada!

      – Tenho a certeza de que deve haver um que ainda não foi usado – respondeu com segurança. – Isso dará a Hannah a oportunidade de estabelecer-se no novo emprego e tempo


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