Levada pelos seus parceiros. Grace Goodwin

Levada pelos seus parceiros - Grace Goodwin


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noiva tivesse medo? E se ela protestasse contra o emparelhamento? Não importaria. Ela é minha e eu não desistirei dela. Eu vou conquistá-la, quer leve uma semana ou um ano, mas ela vai ceder.

       Jessica, Terra

      Agachei-me no telhado, mirando os policiais da Agência de Combate às Drogas através das longas lentes da câmera que estava escondida na minha mochila. O meu alvo estava sentado sob um guarda-sol, um de entre sete mesas num Café com jardim privado no coração da cidade. Eu estava vestida com a minha roupa de reconhecimento habitual, camisa preta e calça.

      Os policiais eram convidados do cartel, a presença deles era a prova da natureza suspeita deles e a prova de que eles faziam parte da gangue. Era a prova de que eu tinha sido incriminada. O local estava fortemente vigiado com capangas rondando o terreno, armados, e mais homens varrendo o telhado a cada hora.

      O que significava que eu tinha cerca de quinze minutos para me mandar daqui ou seria apanhada.

      Uma mulher ajoelhou-se no cimento entre as pernas de um dos homens, dando-lhe um boquete por debaixo da mesa enquanto ele bebericava whiskey e gozava com o seu amigo. Ele nem sequer parou de falar enquanto a mulher drogada engolia profundamente o pau dele e brincava com as bolas dele. Toda a área estava abarrotada de traficantes de drogas, ladrões e prostitutas que os serviam, as escravas deles.

      Eu não tinha certeza de quem era pior, a mulher que morreu devido à overdose de droga inicial por causa da bomba-P ou os sobreviventes obrigados a fazer trabalho escravo para conseguir mais uma dose.

      Eu não tinha comido uma refeição completa por dois dias, o meu corpo estava desidratado e o meu estômago estava completamente vazio, excetuando os pacotes de proteína em gel e café. Eu não precisava sobreviver. Eu não tinha casa, nem dinheiro e nem família. Até mesmo o meu parceiro alienígena, o homem perfeito para mim em todo o universo, tinha me rejeitado. Tudo o que me restava era a minha honra e a oportunidade de me certificar de que mais nenhuma mulher fosse raptada e obrigada a se meter em redes de drogas e prostituição. O método de recrutamento desse grupo era injetar mulher cativas com um cocktail de drogas – chamado P, ou bomba-P nas ruas, diminutivo para bomba para putas – concebido para tornar qualquer mulher numa vadia insana. A droga funcionava incrivelmente bem. Depois de uma dose, ou a mulher se tornava numa viciada facilmente controlável ou morria.

      A mulher que estava humilhando-se ao engolir o pau daquele homem garganta abaixo estava obviamente chapada.

      Observei enquanto um dos tenentes do barão da droga local deslizou um saco cheio de drogas, dinheiro e sabe lá Deus mais o que para as mãos do agente da ACD que estava do outro lado da mesa e que abriu o saco, sorriu e pegou um único comprimido – eu conseguia ver a cor rosa clara do comprimido através das minhas lentes – que estavam na mala. Colocando-a entre o seu polegar e o seu dedo indicador, ele o ofereceu à mulher que chupava o seu pau por debaixo da mesa. Ela colocou-o debaixo da língua. Quase que imediatamente ela enrijeceu, e depois, sorriu numa névoa insana enquanto abaixava a cabeça e redobrava os seus esforços para fazê-lo gozar pela goela dela.

      Fiz uma careta e apertei o botão e tirei fotografia atrás de fotografia, tendo o cuidado de não me mexer. Ainda não. Eu só precisava de mais um nome, de mais um rosto. Eu já tinha denunciado três dos melhores chefes de operação do grupo. Uma nota bem colocada e algumas fotos enviadas para alguns policiais honestos era todo o necessário para vê-los atrás das grades. Agora, eu só precisava saber quem nesse grupo comandava na câmara municipal e o meu trabalho estaria concluído. Eu iria derrubar os idiotas que estavam destruindo a minha cidade ou morreria tentando.

      Respirando devagar e regularmente, eu nem sequer me contraía, nem um centímetro. Estava calor por debaixo da lona cinzenta que eu utilizava como camuflagem, mas não ousava me mexer. Os reflexos mais ligeiros do sol nas lentes da minha câmera poderiam alertá-los da minha presença. Eu me sentia como se fosse uma atiradora furtiva, mas a minha arma tinha informação, não balas. Pelo menos não por agora. Quando eu estava no exército, o meu equipamento de espingarda M24 SWS era muito mais mortífero.

      A minha paciência foi recompensada quando um homem que eu conhecia bem demais finalmente saiu das sombras para se sentar diante dos dois agentes de combate às drogas.

      Pisquei três vezes, com dificuldades, para livrar os meus olhos das lágrimas que se acumulavam ali. Eu deveria estar surpresa.

      Mas não, e isso dizia-me tudo o que eu precisava saber. Cada pedaço da minha formação como sniper valeu a pena naquele momento. Eu não desmaiei. Mantive a calma, respirei devagar e compassadamente, mesmo enquanto a minha mente corria muito rápido. Merda. Caralho! Aquele idiota de uma figa!

      Movendo-me com rapidez, tirei várias fotografias antes de me retirar, guardei o meu equipamento e fui direto para a casa dele. Eu sabia exatamente onde ficava porque já tinha estado lá antes. Várias vezes. Eu armaria uma cilada e o confrontaria, gravando tudo. A cidade precisava saber quem era o idiota que estava por detrás dos homicídios em série mais recentes, mas o mundo nunca acreditaria em mim. Eu era uma criminosa condenada, uma criminosa que ele tinha incriminado. Eu precisava de uma confissão, e precisava que fosse gravada.

      Duas horas mais tarde, ele voltou para a sua casa colonial de quatro quartos para dar de cara comigo, à sua espera na sua sala de jantar formal no piso principal; a arma calibre doze que ele tinha comprado há anos num espetáculo de armas estava carregada, o cano repousava sobre a cadeira de jantar de costas altas cor cereja. Eu apontei a arma para o meio do seu peito. Ele sabia que eu era boa nos meus tiros. Eu tinha competido em concursos de tiro durante os meus quatro anos no Exército, ele próprio treinou-me.

      — Jess. — Os seus olhos estavam arregalados, totalmente surpreso por me ver. Aquilo só durou um segundo antes de ele avaliar as suas emoções.

      — Clyde.

      Olhei para o meu antigo mentor sobre o topo da arma e abanei a minha cabeça lentamente, sem nunca tirar os meus olhos dele. Ele era um ex-militar, antigo chefe da polícia e, agora, o novo prefeito da nossa grande cidade. Ele sentou-se, vestido com o seu terno e gravata azul marinhos, parecendo bonito e harmonioso para um homem nos seus cinquenta anos, o exemplo da nossa cidade. Era um herói de guerra, os olhos dele eram definidos por linhas de riso. A covinha no seu queixo dava-lhe o título de solteirão mais cobiçado da cidade.

      — Eu pensei que tivesse partido, que estava fora fodendo um alienígena.

      Ele teve o descaramento de tirar um cigarro do seu bolso e acendê-lo enquanto eu o observava, o movimento lento do fumo dançava na serenidade do ar que estava entre nós.

      — O alien não serviu para você? Veio aqui para uma foda, querida? Mais uma dose de P?

      — Não, obrigada.

      Ele encolheu os ombros e tragou profundamente o cigarro, exalando anéis de fumo como se não estivesse minimamente preocupado. — Pensei que seria bom da minha parte oferecer. Ouvi dizer que adorou o P da primeira vez que o tomou, pensei que quisesse experimentar outra ronda.

      Estremeci. Eu não tinha contado nada a ninguém sobre aquela noite infernal, a noite que passei mais drogada e totalmente fora de mim. Eu tinha me trancado no banheiro encolhida no meu próprio corpo, no chão. Masturbei-me até a minha boceta sangrar, vomitei e vomitei durante horas, cada orgasmo só me oferecia um alívio momentâneo. A tortura tinha durado pelo menos a maior parte da noite e agora eu sabia exatamente de quem era a culpa. O meu dedo contraiu-se devido ao gatilho e ele deve ter notado, porque levantou as mãos no ar sinalizando que estava rendido.

      — Calma.

      — Eu confiei em você. — Só de pensar em matá-lo me dava uma vontade enorme de vomitar em minhas botas, mas eu o faria. Ele não merecia viver, mas eu precisava que ele confessasse. Só matá-lo não era o suficiente. A minha câmera estava pousada na borda da lareira, gravando tudo o que acontecia naquela sala, cada maldita palavra. — Por que fez isso?

      — Fiz o quê? — Ele olhou-me nos olhos,


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