Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child
material fino do vestido destacava-lhe a admirável figura. Tudo nela o fazia desejar abraçá-la e beijá-la até que nenhum dos dois conseguisse respirar. E Sean nunca tinha sido famoso por causa da sua contenção.
Tinha que fazer um esforço sobre-humano para não a tocar, mas gostaria de deslizar as mãos pelo seu corpo até a fazer suspirar de prazer. Se fosse por ele, levaria a sua esposa para a suite onde viveriam durante aqueles dois meses e deitá-la-ia na cama. Levantaria a saia do vestido e olhá-la-ia nos olhos, enquanto entrava nela, sentindo aquelas pernas longas envolvidas na sua cintura, enquanto o recebia, arquejando de prazer. Derramar-se-ia dentro dela e depois, quando os dois tivessem atingido o clímax, voltaria a fazê-lo…
– Não o podemos fazer outra vez – a voz de Melinda interrompeu as suas fantasias e Sean mexeu-se um pouco, tentando aliviar a pressão por baixo das calças. Mas não serviu de nada.
– Claro que podemos. Um beijo não é sexo.
– Mas é como beijas – murmurou ela.
– Se me lisonjeares chegarás onde quiseres – troçou Sean.
– Não era um elogio.
– Quem disse? – Sean empurrou-a suavemente contra a balaustrada, mas ela olhava para os lados, como se não se atrevesse a olhar para os olhos dele.
Ele não queria que se sentisse constrangida; queria-a rendida, entusiasta… como tinha estado durante aquele beijo incrível.
– Foi só um beijo, Melinda. Não significa nada, a não ser que tu queiras que assim seja.
– Não, não pode ser.
– Então não se passa nada. Mas o facto de termos acordado não mantermos relações sexuais não significa que não possamos desfrutar um pouco.
Ela mordeu os lábios, indecisa.
– Não sei…
– Talvez não tenha sido um beijo tão incrível como nos pareceu – continuou Sean. – Quiçá tenha sido a surpresa… deveríamos comprovar isso.
– Não me parece…
– A mim parece-me muito boa ideia – interrompeu ele, inclinando-se para se apoderar da sua boca.
Desta vez, o beijo foi mais ávido porque sabia o que ia encontrar. Conhecia o seu sabor, o calor da sua pele… e desta vez, quando Melinda entreabriu os lábios, estava quase preparado para a corrente de calor que o fez perder o equilíbrio.
Beijá-la antes tinha sido uma revelação e o segundo beijo era a confirmação de tudo o que tinha experimentado. E o desejo crescia por segundos. Não se conseguia afastar, ainda que soubesse que o deveria fazer.
Aquilo não fazia parte do acordo. Aquela instantânea explosão de desejo era algo que não tinha experimentado antes. Se tivesse sentido algo assim com outra mulher tê-la-ia levado para a cama de imediato. Mas aquela não era uma opção com Melinda e Sean não sabia o que fazer a esse respeito.
Enquanto o seu corpo lhe pedia que continuasse, o seu cérebro gritava-lhe para ter cuidado. Tinha dado a sua palavra e mantê-la-ia, disse a si mesmo enquanto a continuava a beijar, agarrando tudo o que ela oferecia, dando-lhe tudo o que tinha. Estavam tão apertados, um contra o outro, que conseguia sentir os batimentos frenéticos do seu coração e soube então que Melinda estava tão excitada quanto ele.
Saber isso deu-lhe permissão para continuar e passou um dedo pelo fecho do vestido, descendo-o um pouco; um centímetro, dois centímetros, o suficiente para deixar à vista o corpete do vestido e…
Sean inclinou a cabeça para envolver um seio rosado com os lábios e sentiu-a a tremer.
– Sean…
Sabia que deveria parar, mas não o fez. Não o conseguiu fazer. Desfrutando dos seus gemidos e do sabor daquele seio suave como veludo, passou os dentes sobre a ponta e sentiu-a a tremer.
Melinda agarrou-se aos seus ombros, arqueando-se para ele. Com uma mão, Sean acariciava-lhe os seios, apertando suavemente um seio entre o polegar e o indicador, enquanto atormentava o outro com a língua. Não se cansava dela, o desejo fazia com que perdesse a cabeça.
A música e o murmúrio de vozes no salão de banquetes não eram mais que uma distração vaga do que era realmente importante.
Sean sentia-a a tremer e sabia que era por causa das suas carícias, não por causa da brisa noturna que movia as folhas das árvores. Ela enredou os dedos no seu cabelo, segurando a cabeça contra os seus seios, cada toque das suas unhas contra o couro cabeludo de Sean enviava uma descarga elétrica por todo o seu corpo.
Nunca tinha desejado uma mulher como desejava Melinda Stanford… King.
Pensar nisso quebrou a neblina de desejo. Era sua mulher, a mulher em quem tinha prometido não tocar. E estava praticamente a fazer amor com ela no terraço, a uns metros dos convidados do casamento.
Sean fez um esforço sobre-humano para se afastar e subir o fecho do vestido. Quando terminou, envolveu-a nos seus braços, tentando convencer o seu corpo de que não estava a ponto de explodir de frustração.
– Sean?
Melinda tinha um aspeto tão sexy que gostaria de esquecer-se da honra e fazer o que os dois queriam fazer. Mas não o faria.
Ainda não. Não até que ela o libertasse da sua promessa.
– Não acredito que estamos a ponto de…
Sean tentou sorrir.
– Não aconteceu nada.
– Não deveria… não sei por que te deixei…
Ele agarrou a sua cara entre as mãos.
– Não é para tanto – disse-lhe, ainda que soubesse que não era verdade. – Somos casados e beijámo-nos… não te aborreças contigo mesma por causa disso.
– Mas há algo que deverias saber – Melinda mordeu os lábios. – Estive noiva uma vez. O meu noivo, o Steven Hardesty, morreu num acidente de carro há mais de um ano…
Uns segundos antes estava a gemer de prazer mas, de repente, o desejo que havia nos seus olhos tinha desaparecido e fora substituído por um brilho de dor e de culpabilidade.
– O Steven? – repetiu Sean, atónito.
– Ele morreu e…
– Precisavas de alguém que ocupasse o lugar dele?
– O quê?
– Foi por isso que te casaste comigo?
– O que estás a dizer? – exclamou Melinda. – Tu sabes perfeitamente por que nos casámos. Fizemos um acordo que também te beneficia a ti.
– Acordo ou não, não parecias estar a pensar no Steven há um minuto atrás.
– O que tem isso a ver?
– Disseste que não estavas interessada em romances. Porquê? – insistiu Sean. – Depois da morte de Steven escondeste-te? Fechaste o teu coração à chave?
– Não entendes – respondeu Melinda.
– Entendo melhor do que pensas – disse Sean, incrédulo. Melinda tinha-o investigado e talvez ele tivesse feito o mesmo. – De maneira que não é só um acordo benéfico para os dois; eu sou o substituto do Steven.
– Não, não és. Não poderias ser.
– Porque não?
– Já te disse que estava apaixonada por ele!
A sua veemência atingiu-o com mais força do que deveria, mas sentia-se como um idiota por se ter metido naquela armadilha. Só tinha pensado no acordo, no terreno, em ajudar os King a ganhar mais uma vez.
Se soubesse que Melinda estava de luto por