¿Qué será de ti? / Como vai você?. Luis Angel Aguilar
muros
cerrados y altos
y un cielo cenital
inalcanzable.
Cantiga do amor fodido
Não me demoro
deitada em peito algum
nem espalho
em qualquer corpo
minha anca de metro
Faço amor de fingimentos
mas vivo-o a espaços
saltitando entre desgastes
com ardor
de chama ao vento
Trago do seu corpo
a memória deste tato falho
orvalho salgado, rebarbas
O amor é fodido, meu amor,
não se demora na lembrança
e nem se cansa
de parecer esparso.
Como se fosse fácil
amar sem ser gasto
Canción del amor jodido
No me demoro
tendida en ningún pecho
ni entrego
a cualquier cuerpo
mis buenas caderas.
Hago amor de fingimientos
viviendo a espacios
retozando entre desgastes
con ardor
de llama al viento
Traigo de tu cuerpo
la memoria de este tacto fracasado gusto
a rebabas de rocío salado
El amor está jodido, mi amor,
no se entretiene en el recuerdo
y no se cansa
de ser vulgarizado.
Como si fuera fácil
amar sin desgastarse.
Penélope nervosa
entre esquecer e lembrar
tomei vários copos
de água como luz
e teci mais uma noite
de sereno
noites de espera
são lentas
de fio opaco e largo
noites de espera são
vários fios da manhã
mil dias de avó
e milhões de corações
de mãe preocupada
noites de espera
fazem cânceres
Penélope nerviosa
entre olvido y recuerdo
tomé varios vasos
de agua como luz
y tejí una noche más
pacientemente
las noches de espera
son lentas
de hilo opaco y extenso
las noches de espera son
varios hilos de la mañana
mil días de vejez
y millones de corazones
de madre preocupada
las noches de espera
fermentan cánceres
A canção do limpa-vidros
eu, um peixe de aquário, gordo,
consumindo o que surge dessas águas turvas.
os passantes lá embaixo como polvos de patins,
uma menina com um buraco-negro a tira-colo e chicletes.
ao lado dos jornais de internet,
meus cactos morrem em sua compulsão por água.
os ursos polares serão extintos pelas geladeiras
na Austrália, baleias se suicidam na areia.
continuo consumindo qualquer coisa que brilhe um pouco,
eu, um peixe a apodrecer gordo nessas águas sujas.
La canción del limpiapeceras
yo, un pez de acuario, gordo,
consumiendo lo que surge de estas aguas turbias.
los transeuntes allá abajo como pulpos en patines,
una niña con un hoyo negro al hombro y chicles.
al lado de los periódicos en línea,
mis cactus mueren en su compulsión sedienta.
los osos polares se extinguen por los refrigeradores
en Australia, ballenas se suicidan en la arena.
continúo consumiendo cualquier cosa que brille un poco,
yo, un pez gordo, pudriéndose en estas aguas sucias.
O grande plugue
À nossa geração nunca nos foi permitido ver o mar
pela primeira vez.
Ele sempre esteve adentro, reluzente, o grande
igual que nós mesmos
Rogamos tanto às noites que se faça novamente o
escuro
mas quando as preces são atendidas
é só uma ilusão dos trouxas, uma ardentia nos
olhos e
o mar esbraveja aqui dentro, monstro comedor
de rocha
Já nascemos umas baleias mórbidas
pobres diabas afogadas neste papel de luz
E é tão mesquinho de pequeno o desejo
A gente só queria ver o maldito mar
por favor,
pela primeira vez.
El gran enchufe
A nuestra generación nunca se nos permitió ver el mar
por primera vez.
Él siempre estuvo adentro, reluciente, tan grande
como nosotros mismos
Rogamos tanto a las noches que se hiciera nuevamente la
oscuridad
mas las plegarias atendidas
son ilusión de tontos, un ardor en los
ojos y
el mar enfurece aquí dentro, monstruo devorador
de