Quase Perdida. Блейк Пирс
maçãs do amor, doce de leite, balas listradas de hortelã, pequenos saquinhos de manjar turco e até mesmo bastões de bala em miniatura.
– Do que vocês gostariam, Dylan e Madison? – ela perguntou.
– Uma maçã do amor, por favor. E doce de leite e um daqueles bastões de bala – Madison disse.
– Uma maçã do amor, dois bastões de bala, doce de leite e manjar turco – Dylan adicionou.
– Acho que talvez dois doces para cada um seja o suficiente, senão vai estragar o almoço – Cassie disse, lembrando-se que açúcar em excesso era desencorajado nesta família. Pegou duas maçãs do amor e dois pacotes de doce de leite na prateleira. – Será que seu pai gostaria de alguma coisa? – Ela sentiu uma onda de calor por dentro ao falar de Ryan.
– Ele gosta de castanhas – Madison disse, apontando para uma prateleira de castanhas-de-caju assadas. – Essas são as favoritas dele.
Cassie acrescentou uma sacola à sua cesta e foi até o caixa.
– Boa tarde – ela cumprimentou a ajudante da loja, uma jovem loira gordinha com um crachá que dizia “Tina”, e que sorriu para ela e saudou Madison pelo nome.
– Olá, Madison. Como está seu pai? Já saiu do hospital?
Cassie olhou de relance para Madison, preocupada. Tratava-se de alguma coisa que não haviam lhe contado? Mas Madison estava franzindo o cenho, confusa.
– Ele não esteve no hospital.
– Ah, sinto muito, devo ter entendido errado. Quando ele veio aqui, na semana passada, ele disse… – Tina começou.
Madison interrompeu, encarando a atendente com curiosidade enquanto ela somava as compras.
– Você engordou.
Horrorizada pela falta de tato do comentário, Cassie sentiu seu rosto ficando vermelho, assim como o de Tina.
– Sinto muito – ela murmurou, desculpando-se.
– Tudo bem.
Cassie viu Tina ficando cabisbaixa com o comentário. O que tinha dado em Madison? Não havia sido ensinada a não dizer coisas assim? Era jovem demais para perceber o quanto aquelas palavras machucavam?
Percebendo que mais pedidos de desculpas não redimiriam a situação, pegou seu troco e apressou a jovem menina para fora da loja antes que ela pensasse em outra coisa insensível e pessoal para anunciar.
– É falta de educação dizer coisas assim – explicou quando saíram do alcance de voz.
– Por quê? – Madison perguntou. – É verdade. Ela está muito mais gorda do que quando a vi em agosto, nas férias.
– É sempre melhor não dizer nada quando notar algo desse tipo, especialmente se outras pessoas estão escutando. Ela pode ter algum problema hormonal ou estar tomando medicamentos que a fazem ganhar peso, como cortisona. Ou ela pode estar grávida e não querer que ninguém saiba ainda.
Olhou de canto de olho para Dylan, à esquerda, para ver se ele estava escutando, mas ele estava remexendo em seus bolsos, parecendo preocupado.
Madison franziu o cenho enquanto pensava.
– Certo – ela disse. – Vou me lembrar disso da próxima vez.
Cassie soltou o ar, aliviada por sua lógica ter sido compreendida.
– Quer uma maçã do amor?
Cassie entregou à Madison a maçã do amor, que ela guardou no bolso, depois estendeu a outra à Dylan. Mas, quando ela a ofereceu, ele a dispensou.
Olhando para ele em descrença, Cassie viu que ele desembrulhava uma das balas em bastões da loja que tinham acabado de visitar.
– Dylan… – ela começou.
– Ah, não, eu queria uma dessas – Madison reclamou.
– Peguei uma para você – Dylan enfiou a mão no fundo do bolso de seu casaco e, para o horror de Cassie, puxou diversas outras balas. – Aqui – ele disse, passando uma para Madison.
– Dylan! – Cassie sentiu-se sem ar e sua voz soava aguda e estressada. Sua mente corria enquanto ela lutava para absorver o que acabara de acontecer. Tinha interpretado mal a situação?
Não. De jeito nenhum Dylan poderia ter comprador aqueles doces. Após o comentário constrangedor de Madison, ela havia tirado os dois da loja depressa. Não houvera tempo para que Dylan pagasse, especialmente já que a ajudante não estivera muito apta a trabalhar na caixa registradora antiquada.
– Sim? – ele perguntou, olhando para ela inquisitivamente, e Cassie arrepiou-se com o fato de não haver nenhum traço de emoção nos pálidos olhos azuis.
– Eu acho… Acho que você se esqueceu de pagar por isso.
– Não paguei – ele disse, casualmente.
Cassie olhou para ele fixamente, chocada além de palavras.
Dylan friamente admitira ter roubado mercadorias.
Ela nunca teria imaginado que o filho de Ryan faria uma coisa dessas. Isto estava além do escopo de sua experiência e ela estava perdida, sem saber como reagir. Sentia-se abalada porque sua impressão de uma família perfeita, na qual ela havia acreditado, estava longe da realidade. Como ela poderia estar tão errada?
O filho de Ryan acabara de cometer um crime. Para piorar, não mostrava qualquer remorso, vergonha ou sinal de que compreendia a enormidade de suas ações. Ele a encarava calmamente, parecendo despreocupado com o que acabara de fazer.
CAPÍTULO SEIS
Cassie estava parada, em choque, sem saber como lidar com o furto de Dylan, quando percebeu que Madison já havia se decidido.
– Não vou comer algo roubado – a jovem menina anunciou. – Pode pegar de volta.
Ela estendeu o bastão de bala para Dylan.
– Por que está me devolvendo? Peguei para você, porque você queria um bastão de bala e na primeira loja não tinha, depois a Cassie foi mesquinha e não quis comprar para você.
Dylan falava em tom ofendido, como se esperasse um agradecimento por salvar o dia.
– Sim, mas não quero nada roubado.
Forçando o doce nas mãos dele, Madison cruzou os braços.
– Se não pegar, não vou oferecer outra vez.
– Eu disse que não.
De queixo erguido, Madison marchou para longe.
– Você está comigo ou está contra mim. Você sabe o que a mãe sempre diz – Dylan gritou atrás dela. Com preocupação se agitando nela com outra menção à mãe deles, Cassie detectou mais do que um traço de ameaça no tom dele.
– Certo, agora chega.
Em alguns passos rápidos, Cassie agarrou o braço de Madison e a girou, trazendo-a de volta para que todos estivessem de frente um para o outro na calçada pavimentada. Sentiu frio de pavor. A situação estava saindo do controle, as crianças estavam começando a brigar e ela não havia sequer abordado o assunto do furto. Não importava o quanto eles estivessem traumatizados ou quais emoções estivessem reprimindo, este era um ato criminoso.
Estava mais do que chocada que esta loja pertencesse a uma pessoa que era amiga da família. A dona tinha até oferecido uma carona até a cidade! Não se deve roubar de alguém que te oferece carona. Bem, não se deve roubar de ninguém, mas especialmente de uma mulher que tentara ajudá-los de forma tão generosa na mesma manhã.
– Vamos nos sentar.
Havia uma casa de chá à esquerda, que parecia cheia, mas, vendo que um casal se levantava de sua mesa, ela conduziu as crianças depressa até a porta.
No minuto seguinte, eles estavam sentados no interior aquecido, que cheirava deliciosamente como café e massas