Quase Perdida. Блейк Пирс

Quase Perdida - Блейк Пирс


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mais claramente era a sensação dos braços musculosos e tonificados de Ryan ao redor dela, segurando-a.

      Ficou tonta outra vez ao se lembrar de como ele tinha sido forte, ainda que gentil, ao tratá-la.

      Saindo do quarto, Cassie quase esbarrou em Madison, que se encaminhava até a cozinha ansiosamente.

      – A comida está com um cheiro tão bom – Madison disse a Cassie.

      – É o seu jantar favorito?

      – Bem, eu amo espaguete à bolonhesa do jeito que meu pai faz, mas não quando como em restaurantes. Não fazem do mesmo jeito. Então, diria que é minha comida caseira favorita, e a segunda favorita é frango assado e a terceira favorita é sapo no buraco. Daí, quando comemos fora, amo peixe com batatas fritas, que tem em todos os lugares por aqui, e amo pizza, mas odeio hambúrguer, que, por acaso, é a comida favorita do Dylan, mas tenho nojo de hamburguerias.

      – O que é sapo no buraco? – Cassie perguntou, curiosa, supondo que se tratasse de um prato tradicional inglês.

      – Você nunca comeu? É um tipo de torta com salsichas, feita com ovos, farinha e leite. Você precisa comer com muito molho. Tipo, muito. E ervilhas e cenouras.

      A conversa as carregou por todo o caminho até a cozinha. A mesa de madeira estava posta para quatro pessoas e Dylan já estava sentado em seu lugar, servindo um copo de suco de laranja.

      – Hambúrgueres não são nojentos. É a comida dos deuses – ele rebateu.

      – Minha professora da escola disse que hambúrgueres, na maior parte, são feitos de cereais e partes de animais que não comemos, moídas bem pequenas.

      – Sua professora está errada.

      – Como ela pode estar errada? Você é estúpido por dizer isso.

      Cassie estava prestes a intervir, achando que o insulto de Madison era muito pessoal, mas Dylan respondeu primeiro.

      – Ei, Maddie – Dylan apontou um dedo para ela em aviso. – Ou você está comigo, ou está contra mim.

      Cassie não conseguiu desvendar o que ele queria dizer com aquilo, mas Madison rolou os olhos e mostrou a língua para ele antes de se sentar.

      – Posso te ajudar, Ryan?

      Cassie caminhou até o fogão, onde Ryan erguia do forno uma travessa de macarronada borbulhante.

      Oferecendo-lhe uma olhadela, ele sorriu.

      – Tudo sob controle, espero. A hora do jantar é dentro de trinta segundos. Vamos lá, crianças. Peguem os pratos e vamos nos servir.

      – Eu gosto da sua blusa, Cassie – Madison disse.

      – Obrigada. Comprei em Nova Iorque.

      – Nova Iorque. Uau. Eu adoraria ir para lá – Madison disse, de olhos arregalados.

      – Os estudantes de economia do último ano do colégio fizeram uma viagem escolar para lá em junho – Dylan disse. – Estude economia, e talvez você também vá.

      – Envolve matemática? – Madison perguntou.

      Dylan assentiu.

      – Eu odeio matemática. É chato e difícil.

      – Bem, então você não vai.

      Dylan voltou sua atenção ao seu prato, lotando-o de comida, enquanto Ryan repassava os utensílios de cozinha na pia.

      Vendo que Madison parecia se rebelar, Cassie mudou de assunto.

      – Seu pai me disse que você gosta de esportes. Qual seu favorito?

      – Corrida e ginástica. Eu gosto bastante de tênis, começamos neste verão.

      – E você é ciclista? – Cassie perguntou a Dylan.

      Ele assentiu, empilhando queijo ralado em sua comida.

      – Dylan quer ser profissional e ganhar o Tour da França um dia – Madison disse.

      Ryan sentou-se à mesa.

      – Você mais provavelmente irá descobrir alguma fórmula matemática obscura e ganhar uma bolsa de estudos completa para a Universidade de Cambridge – ele disse, olhando para seu filho de forma afetuosa.

      Dylan sacudiu a cabeça.

      – Tour da França até o fim, pai – ele insistiu.

      – Universidade primeiro – Ryan retorquiu, com a voz firme, e Dylan fez careta em resposta. Madison interrompeu, pedindo mais suco, e Cassie a serviu enquanto o breve momento de discórdia passava.

      Deixando que a conversa deles lhe penetrasse, Cassie comeu sua comida, que estava deliciosa. Ela nunca tinha conhecido alguém parecido com Ryan, decidiu. Ele era tão capaz e tão atencioso. Ela perguntou-se se as crianças sabiam quanta sorte tinham por ter um pai que cozinhava para sua família.

      Após o jantar, ela voluntariou-se para a limpeza, que envolvia principalmente encher a enorme lava-louça de última geração. Ryan explicou que as crianças tinham permissão para assistir TV por uma hora após o jantar, se tivessem terminado a lição de casa, e que ele desligava o Wi-Fi na hora de dormir.

      – É prejudicial para estes jovens viciados em tela passarem a noite toda trocando mensagens no celular – ele disse. – E eles fazem isso, se a oportunidade estiver lá. A hora de ir para a cama é a hora de dormir.

      Às oito horas e trinta minutos, as duas crianças foram obedientemente para a cama.

      Dylan deu um breve “Boa noite” e contou a ela que acordaria muito cedo na manhã seguinte para andar de bicicleta pelo vilarejo com seus amigos.

      – Você quer que eu te leve? – Cassie perguntou.

      Ele sacudiu a cabeça.

      – Estou bem, obrigado – ele disse, antes de fechar a porta de seu quarto.

      Madison estava mais falante e Cassie passou algum tempo sentada na cama com ela, ouvindo suas ideias do que poderiam fazer amanhã e de como o clima estaria.

      – Há uma loja de doces no vilarejo que vende os pirulitos listrados mais lindos do mundo, eles parecem bengalas e tem gosto de hortelã. Meu pai não costuma nos deixar ir lá, mas talvez ele deixe amanhã.

      – Vou perguntar – Cassie prometeu antes de se certificar que a jovem menina estivesse bem acomodada para a noite, trazendo-lhe um copo de água e apagando a luz.

      Enquanto gentilmente fechava a porta do quarto de Madison, lembrou-se da primeira noite no seu emprego anterior. Da forma como adormecera, exausta, e como havia demorado em atender aos chamados quando a menina mais nova teve pesadelos. Ainda sentia a dor e o choque do tapa ardido que ganhara como resultado. Deveria ter ido embora naquele momento, mas não foi.

      Cassie estava confiante de que Ryan jamais faria algo assim a ela. Não era capaz de imaginá-lo sequer dando uma advertência verbal.

      Pensando em Ryan, lembrou-se da taça de vinho na varanda externa e hesitou. Estava tentada a passar mais tempo com ele, mas não tinha certeza se deveria.

      Ele tinha sido sincero ao dizer que ela seria bem-vinda para se juntar a ele? Ou tinha feito o convite por gentileza?

      Com a indecisão ainda se agitando em sua mente, ela viu-se vestindo seu casaco mais grosso. Poderia reconhecer o terreno, ver como ele responderia. Se parecesse que ele não queria companhia, ela poderia ficar para uma bebida rápida e, então, ir para a cama.

      Ela cruzou o corredor, ainda agonizando sobre sua decisão. Como uma empregada, não era certo tomar uma taça de vinho com seu empregador depois do expediente – ou era? Se ela quisesse ser totalmente profissional, deveria ir para a cama. Contudo, com Ryan sendo tão acolhedor com sua situação de visto, prometendo pagá-la em dinheiro, as linhas de profissionalismo já estavam borradas.

      Ela era uma amiga da família, era isto que Ryan tinha dito. Compartilhar uma taça de vinho após o jantar era exatamente o que uma amiga faria.

      Ryan


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