Castrado. Paulo Nunes
da que era passada pelas colunas sociais há alguns anos pelo trabalho da empresa da sua família.
— Está exagerando, Alexander — comentei.
— Não estou, não. Muito foi falado a partir do que você escreveu no livro. Foram muitas confissões de foro íntimo, Gaius. Isso mobilizou muitas pessoas, grupos de pessoas, associações e entidades religiosas. Deveria pensar nisso. Confesso que me preocupo em você andando sozinho nas ruas. Deveria se dedicar mais em pensar sobre o que digo. Não seria ruim contratar um segurança — sugeriu.
Se bem que percebi algumas pessoas olhando diferente para mim nas lojas hoje à tarde. Pensei e lembrei-me do que aconteceu no The Palm. Nisso, considerei que deveria investigar que reputação eu tinha naquele momento em Nova Iorque. Curioso, perguntei:
— O que as pessoas falam sobre mim, Alexander?
— Gaius, você escreveu um livro contando como rejeitou um casamento sólido e feliz com Maison para fugir com seu irmão Pablo para viver um relacionamento amoroso. O que acha que as pessoas pensam disso? E não podemos esquecer que você fez acusações sérias sobre a conduta sexual de Marcus, além de narrar detalhes do seu sequestro e toda aquela violência que sofreu. Reflita sobre o que digo. Temo por você — e saiu da varanda, deixando-me sozinho com meus pensamentos inquietos e aquele vento, que insistia em continuar assanhando meus cabelos.
Olhei para a taça em minhas mãos e vi que o vinho tinha acabado. Droga! Então, dei o último trago no cigarro e falei em voz alta:
— Alyce, ligue para Aidan. Preciso falar com ele. E marque com Ryder hoje às 23h.
Preciso transar antes de dormir. E já que estou sob os holofotes, melhor ficar somente com um garoto de programa. Pensei, entrei na suíte e sentei-me à mesa para tratar dos meus assuntos com ela.
Alguns minutos antes das 23h30, ouvi que alguém batia na porta da minha suíte. Deve ser ele. Após abri-la, vi Ryder, pedindo desculpa com os olhos. Ele foi entrando e já se explicando:
— Desculpe o atraso. Tive problemas com minha mãe. O remédio dela demorou para fazer efeito. Quase não dormiu. Não sei mais o que fazer. Ela tem Parkinson e precisa de alguém em tempo integral...
— Ryder, não quero saber dos seus problemas. Vá tomar banho. Vou preparar uma taça de vinho para você. Hoje, dormirá aqui — ordenei, interrompendo-o e deixando claro que não estava disposto a ouvir queixas familiares dele.
— Alyce não disse que teria que dormir aqui — comentou, quase em tom de negação.
— Mas eu estou dizendo. Vai ganhar quatro vezes mais que o combinado. Vá tomar banho — ordenei novamente.
Ele fez cara de preocupado por ter de deixar a mãe sozinha, mas ficou contente ao saber que quadruplicaria seu cachê.
— Vai precisar de estimulante? — perguntei, sugerindo que a noite seria longa.
— Não vou, bebê. Você é gostosinho demais. Não precisa. Nada de estimulante — e começou a retirar a jaqueta barata que vestia, tentando fazer uma cara sexy para mim, enquanto falava.
Nisso, completei:
— Que bom. E prepare-se, pois hoje vou comer você também.
De supetão, ele virou seu rosto para mim e abriu a boca, pasmo com o que ouviu. Ryder e eu tínhamos bebido três garrafas de vinho e estávamos secando a quarta. As taças espalhadas pela suíte e o cheiro de cigarro demonstravam o quanto estávamos embriagados e nos divertindo. Uma trilha sonora provocante embalava aquela madrugada de sexo tórrido, onde o carpete, a cama, as cadeiras, a varanda e o banheiro serviram de cenário para as várias posições que fizemos. Não recordo ao certo, mas devia passar das 3h. Ryder estava de quatro na cama, e eu lambia seu ânus. Adorava sentir aquele gosto azedo em minha língua. Repentinamente, alguém bateu na porta. Que inferno! Só pode ser Rosa. Engoli e gritei:
— Estou ocupado, Rosa! — e voltei a lamber aquele orifício encardido e peludo.
— Oi, Gaius! É Aidan! Abra a porta, por favor.
Meus olhos esbugalharam. Meu Deus! É Aidan! Pensei, tentando assimilar o que ouvi e o que faria para que ele não visse Ryder lá. O garoto loiro olhou para mim, tentando saber quem batia na porta. Fiz sinal a ele, ordenando que ficasse calado e sussurrei que fosse para o banheiro, mas não trancasse a porta. Ele obedeceu, e eu logo me levantei, tomei um gole de água e cobri meu corpo nu com um roupão branco, torcendo para que, em segundos, meu pênis ficasse flácido. Parado na frente da porta, inspirei fundo e soltei devagar, relaxando meus ombros, enquanto tentava parecer natural. Quando abri a porta, vi Aidan com o rosto de preocupação.
— O que faz aqui? — perguntei, tentando esconder meu nervosismo.
— Não consegui dormir. Depois que falei com você, fiquei preocupado com o que me contou. Então, vim ver como estava e ficar aqui com você — e foi entrando na suíte.
Oh! Meu Deus! O que faço? Acalme-se, Gaius! Aja com naturalidade.
— Não precisa se preocupar, Aidan. Acho que a conversa com Alexander me deixou nervoso. Por isso, liguei para você. Só queria conversar um pouco e saber como estão as coisas com relação ao meu nome aqui em Nova Iorque — comentei, enquanto fechava a porta e me esforçava para não me atropelar nas palavras de tanto nervosismo.
Aidan observava a suíte, passeando seus olhos pelas garrafas secas no chão, até que encontrou meus olhos e comentou:
— Estava bebendo? — e aproximou-se de mim, esperando uma resposta.
— Às vezes, tenho dificuldade para dormir. Fico bebendo, ouvindo música, lendo, fumando, fazendo bagunça... Assim o sono chega. Por isso, não gosto que me acordem pela manhã. Acho que, depois do que passei, é normal ter um pouco de insônia, não é? — perguntei, já apelando ao sentimento dele, enquanto cruzei pelo seu corpo, caminhando para o lado oposto ao banheiro, dando um gole demorado no vinho.
— Entendo você. Vem aqui — e foi ao meu encontro, envolvendo-me em um abraço demorado.
Respondi ao abraço dele e, por um instante, percebi que meu coração estava disparado. Nisso, ele comentou:
— Vou dormir aqui com você.
Oh, Meu Deus! Como vou sair dessa enrascada?
— Não acho uma boa ideia, Aidan. Hoje, quero ficar sozinho. Não seria uma boa companhia. E ainda estou com raiva do que você fez comigo — e fiz cara de manhoso para ele.
— Desculpe, meu amor. Você me pegou de surpresa, e eu fiquei nervoso. Por isso, gozei rápido. Prometo que não vai mais acontecer — e levou seus lábios aos meus, fechando os olhos e me beijando com suavidade.
Respondi ao seu beijo, envolvi sua nuca com minha mão, acarinhando-a e, depois, deslizei minhas unhas pela barba áspera que nascia em seu rosto. Aidan passeava sua mão em minha cintura e pressionava-me contra seu membro, que endurecia e latejava contra a calça jeans que vestia. Nisso, larguei a boca dele devagar e comentei:
— Você sabe que eu gosto de ser comido e me privou desse prazer no outro dia. Ainda estou com raiva de você.
Aidan enlouquecia sempre que eu falava manhoso com ele, quase assumindo uma voz infantil, torcendo os lábios como uma criança que faz birra, quando quer algo. Vi seus olhos cor de âmbar transparecerem o seu tesão em mim naquele momento.
— Não vai mais acontecer. Deixa eu comer você agora. Prometo que faço o que quiser. Hein? Podemos fazer de ladinho, que é como você gosta. Lembra de como eu comi você na primeira vez? Foi de ladinho e você gemeu, quando eu enfiei. Hein? Deixa, meu amor. Tô com muito tesão em você. Por favor... — e deixava um rastro de beijinhos em meu pescoço, de um lado e do outro, provocando-me com aquelas frases quentes.
— Você quer me comer? — perguntei, emitindo uma voz infantil.
—