Atropos. Federico Betti
VI
Os resultados das análises da Polícia Científica no apartamento de Lucia Mistroni e da necropsia no seu corpo, com muita rapidez chegaram e quase com os mesmos tempos de espera.
Na casa da garota, aparentemente, não foi encontrado nada de especialmente interessante, pelo menos depois de uma primeira verificação.
Mantenhamos ainda os isolamentos até a conclusão desta estória, tinha determinado Zamagni, porque sabia que a poluição da cena de um crime teria boas probabilidades de enganar as investigações e atrasar a solução. E ainda, teria podido sempre ter a necessidade de voltar naquele apartamento para posteriores verificações.
O apartamento tinha parecido completamente em ordem, sem nada que estivesse fora do lugar. Isto podia significar que o culpado daquele crime não procurasse nada em especial quando foi para a casa de Lucia.
E, além do mais, a fechadura da porta de entrada estava no lugar, sem sinais de arrombamento.
Assim, provavelmente Lucia Mistroni conhecia o seu assassino.
A necropsia não tinha evidenciado sinais de briga marcados. A mulher tinha batido a cabeça, talvez de modo letal e, por consequência, tinha provavelmente caído no chão.
“Aquilo que temos até agora não nos leva a lugar algum”, disse o inspetor Zamagni falando com o capitão Luzzi no seu escritório.
“Proponho procurar melhor entre os seus parentes, os seus amigos e conhecidos”, disse o capitão. “No mínimo, conseguiremos obter algumas informações a mais relativas à garota.”
“Concordo.”
“Peça ajuda ao agente Finocchi. Dividam as tarefas, para ganhar tempo. Voltem juntos na mãe dela depois, com base naquilo que lhes dirá, falem com as pessoas que conheciam sua filha.”
Terminada a conversa, Zamagni e Finocchi saíram para ir falar novamente com a mãe de Lucia Mistroni.
O tráfego nas ruas aquela manhã estava insuportável, mesmo assim conseguiram chegar ao destino em um tempo ainda razoável. A senhora tinha lhes dado seu próprio endereço um pouco antes de sair do apartamento da filha no dia antes.
Quando a mulher viu os dois policiais, estava voltando para casa depois de ter passado na quitanda.
Fez com que se acomodasse e lhes perguntou se queriam algo para beber.
“Muito gentil”, agradeceu o inspetor, “Aceito, obrigado, um copo de água.”
“Pode ser o mesmo para mim também, obrigado”, disse Marco Finocchi.
A mulher colocou água nos dois copos de vidro, até grandes, e os ofereceu aos seus hóspedes.
“Precisamos novamente da sua ajuda”, disse o inspetor depois de ter tomado um gole.
“Podem falar.”
“Conseguiria nos fazer uma lista de todas as pessoas que a sua filha conhecia? Estou me referindo a parentes, amigos e conhecidos. Ao que se refere ao ambiente de trabalho, é suficiente que nos diga o nome da empresa.”
A mulher pegou uma folha de papel, começou a escrever e, depois de terminar, os dois policiais perceberam que teriam bastante coisa para fazer para falar com todos no menor tempo possível.
Zamagni recebeu a folha, dobrou e a colocou no bolso.
“Desde a última vez que nos vimos, lembrou de alguma coisa que a senhora acredita possa nos ajudar no nosso trabalho?”, perguntou depois.
“No momento não, mas não me esqueci. Assim que tiver algo para vocês, não vou hesitar em chamá-los.”
“Agradecemos.”, disse Marco Finocchi.
“Agora é melhor ir embora, senhora. O trabalho nos espera.” Esta vez tinha sido o inspetor Zamagni a falar.
Os dois policiais se levantaram quase que no mesmo instante, cumprimentaram a mulher e saíram.
A folha que a mulher lhes tinha dado, perceberam, estava bem detalhado: para cada nome da lista, era especificado o tipo de conhecimento ou parentesco e, para aqueles que o sabia, tinha indicado também o endereço.
Zamagni decidiu que iriam começar com os nomes dos quais tinham as informações completas e deixariam aos agentes que trabalhavam no escritório a tarefa de completar a lista com os dados que faltantes.
O inspetor se ocuparia dos parentes e o agente Finocchi ficaria com os amigos.
Antes de iniciar o duro trabalho de coleta de informações, passaram novamente pela delegacia de polícia e Zamagni aproveitou