A novela gráfica como género literário. Alexandra Dias

A novela gráfica como género literário - Alexandra Dias


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      Alexandra Dias

      A novela gráfica como género literário

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      ISBN 978-3-631-82062-9 (Print)

      E-ISBN 978-3-631-82063-6 (E-PDF)

      E-ISBN 978-3-631-82064-3 (EPUB)

      E-ISBN 978-3-631-82065-0 (MOBI)

      DOI 10.3726/b17007

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      Sobre el autor

      Alexandra Lourenço Dias concluiu o doutoramento em Estética Literária em 2013, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal). Trabalhou no Departamento de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona do Porto entre 2007 e 2013. Mais tarde, teve a oportunidade de colaborar com a Western Sydney University (Austrália), a Fiji National University (Ilhas Fiji) e, finalmente, com a University College of Dublin. A sua pesquisa concentrou-se na visualidade na literatura contemporânea portuguesa e na novela gráfica portuguesa da década de 90.

      Sobre el libro

      Este ensaio propõe a novela gráfica como um género literário, tendo como eixo estruturador a obra teórica de Rodolph Töpffer, e o seu conceito de literatura em estampas, um novo género escrito através de texto e imagem. Centrado nos géneros narrativos, dará especial destaque ao romance, cuja forma proteica permite assimilar novas formas romanescas, nomeadamente a novela gráfica. No universo da novela gráfica, a adaptação de obras literárias, para além de constituir uma prática corrente, definida pelos historiadores como uma das suas «tendências» mais marcantes do curso da história da banda desenhada portuguesa, é um fator decisivo para a constituição do género.

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      Alexandra Dias completed her Ph D in 2013 from Oporto University (Portugal). She worked in the Department of Communication, Architecture, Arts and Information Technologies at the Lusophone University of Oporto between 2007 and 2013. Later, she joined Western Sydney University (Australia), Fiji National University (Fiji Islands) and University College of Dublin (present). Her research has concentrated on visuality in Portuguese contemporary literature and graphic novels. Alexandra’s research interests have both shaped and been shaped by her teaching experiences, therefore she is interested in how globalization and internet technologies are changing the way we think and learn.

      Índice

       2 O GÉNERO NOVELA GRÁFICA

       2.1 Géneros: evolução e transgressão

       2.2 O género narrativo

       2.3 Da novela à novela gráfica

       3 EDUARDA

       3.1 A transescrita de Madame Edwarda

       3.2 O encontro da opacidade

       3.3 Dialogismo e polifonia

       4 AS POMBINHAS DO SR. LEITÃO

       4.1 Ficção literária em banda desenhada

       4.2 As instâncias narrativas da enunciação gráfica

       4.2.1 O Narrador

       4.2.2 Mosaico narrativo: a carta; as personagens; o milagre

       4.3 Regimes da paródia

       5 ARQUIPÉLAGOS

       5.1 A quietude do movimento: a palavra desenhada

       5.2 Uma Ilha em Sketches: Herberto Hélder em BD

       5.2.1 O instante silencioso

       5.2.2 Narração visual

       CONCLUSÃO

       BIBLIOGRAFIA

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      A banda desenhada é uma forma de expressão artística difundida particularmente na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, regiões onde conhece um maior culto. Enquanto produto livresco, a banda desenhada representa um dos setores mais dinâmicos da edição; enquanto arte gráfica, impulsiona a criação de instituições de arte, museus e livrarias específicos, e constitui o objeto de múltiplas exposições, festivais, salões e convenções onde afluem leitores e profissionais. A banda desenhada conhece hoje um índice de popularidade nunca antes atingido: o cinema invoca o seu universo, e, não raro, realizadores e argumentistas experimentam o papel até então restrito a criadores de banda desenhada. Foi necessário aguardar até à década de 1970 para que se conhecesse a sua consagração, já que, considerada, durante muito tempo, uma forma inferior de cultura, reservada essencialmente a um público infantil, a banda desenhada não era digna nem de conservação bibliográfica, nem de estudo ou análise estética. Tendo aparecido em finais do século XIX na imprensa, a banda desenhada, na sua origem, constituía uma produção editorial destinada ao cesto dos papéis, porquanto a sua vocação era a leitura imediata. Os jornais salvaguardavam raramente este material iconográfico e os autores não possuíam propriedade intelectual sobre a sua obra.


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