Ascensão. Морган Райс

Ascensão - Морган Райс


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olhando para a Terra. Sedona estava abaixo deles, e parecia tão perto, mas tão dolorosamente longe.

      “Por que não estamos caindo nessa direção?” ele se perguntou em voz alta.

      Chloe franziu o rosto para ele, olhou em volta, e deu de ombros. “Não sei. Talvez a gravidade funcione diferente aqui. Mas ficou meio feliz de não cair.”

      Kevin também estava feliz, porque teria sido uma queda muito longa. Demorou um momento para perceber que a cidade parecia estar cada vez mais longe a cada momento, recuando pouco a pouco, os prédios diminuindo até Kevin não poder mais distingui-los.

      “Ainda estamos nos movendo!” ele disse. “Estamos indo pro espaço!”

      Apesar de tudo, apesar dos horrores que haviam sido impostos ao seu mundo, e o perigo em que provavelmente se encontravam, apesar de terem falhado em destruir os alienígenas, Kevin teve que admitir uma parte de si estava animada. A ideia de finalmente ir para o espaço era quase incrível demais para acreditar.

      “Seria legal se não fosse por onde estamos indo,” Chloe apontou.

      Kevin pode escutar o medo dela, e até podia sentir um pouco ele mesmo. Se estavam subindo, só havia um lugar aonde poderiam estar indo, e seria um lugar perigoso para os dois. A nave planeta sobrevoava acima, sua superfície rochosa pontuada por torres pontudas como espigas, mas tirando isso, quase completamente lisa.

      Era assustador, mas a questão era, também podia ser a melhor chance deles de realmente fazer alguma coisa sobre tudo aquilo.

      “Eu sei que você está com medo,” Kevin disse. “Mas não tem nada que a gente possa fazer pra sair daqui. E olhe pelo lado bom: não tínhamos como impedi-los lá na Terra. Talvez a gente consiga aqui em cima.”

      Chloe bufou. “De que jeito?”

      Kevin deu de ombros. Não sabia ainda. Tinha que ter um jeito. Talvez houvesse uma maneira de desligar as coisas quando os aliens não estivessem olhando. Talvez houvessem meios de expulsá-los, ou lutar contra eles, ou até matá-los.

      “Temos que tentar,” Kevin disse.

      Não podia deixar de pensar em Luna. O que aconteceu com ela foi muito pior do que ser transportado em uma nave alienígena qualquer.

      Eles permaneceram em silêncio, assistindo enquanto a Terra ficava menor e menor lá embaixo. Logo, era do tamanho de uma melancia, então uma bola de baseball, então uma bolinha de gude contra o céu noturno.

      Kevin se virou e olhou para a nave mãe. Não tinha percebido direito quão grande o planeta alien era antes, e foi só quando a nave virou e se moveu no espaço que ele teve uma noção real de quão grande ele era.

      “É um mundo de verdade,” Kevin disse, incapaz de conter o deslumbramento em sua voz.

      “A gente sabia disso,” Chloe disse. “Estava lá em cima no céu.”

      “Mas um mundo de verdade...”

      Havia uma diferença muito grande entre ver alguma coisa de longe e estar lá. Como a lua, Kevin podia ter coberto a nave planeta com a palma da mão da Terra, mas agora que estavam ali, ela seguia tão longe quanto os olhos podiam ver em todas as direções. Havia estruturas na superfície, embora a maior parte parecesse estéril e vazia, apenas com torres gigantes espetadas como as espinhas de um ouriço do mar. Havia também aberturas como bocas, tão grandes que mesmo uma nave como a deles podia caber sem tocar os lados. Kevin não podia imaginar o que poderia ter talhado aberturas como essas em um mundo, mas no momento eles tinham coisas mais importantes com o que se preocupar.

      “Acho que vamos entrar,” Kevin disse. Não apenas no mundo, mas dentro dele, além da casca exterior da superfície.

      Chloe não pareceu feliz com isso. “Vamos ficar presos. Nunca vamos achar a saída.”

      “Nós vamos,” Kevin assegurou.

      Ele tinha que acreditar nisso. A alternativa é que eles se dirigiam as suas mortes conforme a nave que os carregava descia até a superfície do mundo...

      ...e através dela.

      Kevin olhou ao seu redor. Todo interior da nave planeta era como uma casca vazia, e lá dentro havia tudo que Kevin podia esperar da superfície de um planeta. Havia oceanos e massas continentais, veículos andando pra lá e pra cá, e cidades tão enormes que pareciam tomar quase todo pedacinho de terra disponível, transformando a grande nave em uma colmeia gigante de atividade. Espirais se levantavam em pontos diferentes da vasta cidade, douradas e brilhando, parecendo palácios contrastando com o resto. Um grande orbe dourado-avermelhado pulsava no coração do planeta, emitindo calor e luz.

      Kevin achou que podia ver figuras lá embaixo, mas ainda estavam muito distantes para distinguir os detalhes.

      “Aliens,” Chloe disse, olhando para baixo. “Não pessoas controladas por eles, não mensagem, não só vozes... aliens.”

      Kevin entendeu o que ela quis dizer. Todo esse tempo, eles só tiveram pistas dos aliens, visto só os efeitos do que eles podiam fazer. Agora estavam no mundo dos aliens, e ele era enorme.

      Sentiram o impacto quando a nave que os carregava se fixou no planeta, estabilizando a vista de uma cidade ao seu redor em que criaturas de tamanhos e formas impossíveis andavam em ângulos estranhos, presos no lugar de lado e de cabeça para baixo, desafiando a gravidade. Ou talvez apenas controlassem a gravidade, de forma que qualquer direção podia ser “pra baixo.”

      Dessa vez, a porta abriu de verdade. Kevin podia sentir a leve brisa no rosto, quente e amena, com um cheiro diferente de qualquer coisa que já tinha sentido.

      Mas o que mais o surpreendeu foi o que os esperava do outro lado.

      Um trio de figuras estava lá, esperando para recebê-los.

      Eles eram quase idênticos, o que nesse lugar parecia impossível para Kevin. Eram altos e sem pelos, pálidos, com olhos que lembraram Kevin de uma vespa, exceto por serem de uma cor branca pura, leitosa. Usavam longas vestes por cima de pálidos macacões, e cada um parecia ter uma coleção de dispositivos de metal, e ocasionalmente de carne, ao longo do corpo.

      O que estava no centro do trio falou. Suas palavras saíram em Inglês de um tradutor em seu braço, mas Kevin não precisava que traduzissem o tom chato e monótono. Seu cérebro fez isso por ele.

      “Bem vindo, Kevin McKenzie. Esperávamos por você.”

      CAPÍTULO DOIS

      Kevin encarou o alien que tinha falado, tomado de horror.

      O alien o encarou de volta com aqueles grandes olhos pálidos, e falou novamente enquanto os dois outros ao seu lado permaneceram em silêncio, as palavras se traduzindo na cabeça de Kevin antes que o tradutor o fizesse.

      “Este aqui é Xan Mais Puro da Colmeia,” o alien disse. “Os dois ao lado deste aqui são Ix Mais Puro e Ull Mais Puro. E vocês são Chloe Baxter e Kevin McKenzie, os símios do planeta Terra.”

      Kevin estava aturdido. Levaram vários segundos para se recuperar.

      “Somos humanos,” Kevin disse, querendo corrigi-los, falar com eles, até persuadi-los. Afinal, estavam falando com ele de um modo que não tinham se dado ao trabalho de falar com mais ninguém.

      “Como eu disse,” Xan Mais Puro retrucou, “símios. Criaturas inferiores, mas talvez criaturas de que valha a pena aprender alguma coisa.”

      Não havia emoção no jeito que o alien disse isso, mas havia alguma coisa sobre o jeito em que falava sobre aprender deles que deu calafrios na espinha de Kevin.

      “O que quer dizer?” Kevin exigiu. “O que vai fazer com a gente?”

      “Nossas naves planeta viajam para reunir recursos,” Xan Mais Puro disse. “Tecnologia, minerais, mentes, corpos que possamos remodelar. Vamos testá-lo e estudá-los


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