Ascensão. Морган Райс

Ascensão - Морган Райс


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e zangado vivia, cuidando para pisar só fora do alcance da correia dele. Um rosnado e um berro de raiva atrás de Luna a informou que o segundo dos meninos tinha ficado para trás.

      “Vou te pegar por isso!” ele gritou.

      Luna riu. “Não vai não, a não ser que queira explicar pro pessoal como eu consegui te socar e me safar.”

      Ela correu de volta na direção de Kevin, que estava esperando lá com a confiança de quem já tinha visto essa história antes.

      “Sabe, eu podia ter encarado,” disse, tentando parecer durão.

      Luna conseguiu não dar risada. “Mas é mais divertido desse jeito. Vamos lá, você pode me pagar uma pizza por te salvar.”

      “Mas você não me salvou. Eu podia ter encarado...”

      ***

      Luna sorriu com a memória, ou teria, se conseguisse mover o rosto. Tentou se lembrar do nome do garoto, porque tinha certeza que costumava saber. Mas que garoto? No que ela estava pensando? O fato de não conseguir se lembrar fez Luna travar de horror. Estava pensando nisso há só um segundo e agora tinha desaparecido, como... como...

      Luna tentou segurar as memórias, realmente tentou. Ela sabia que tinha memórias; uma vida inteira delas. Tinha amigos, e uma vida, e pais... definitivamente tinha pais, então por que não conseguia lembrar de seus rostos? Talvez não tivesse pais. Talvez tudo isso fosse só uma piada doentia. Talvez ela sempre tivesse sido assim, e só estivesse com algum defeito, sentindo que era diferente como uma distração do trabalho que os aliens precisavam que fizesse...

      Não, Luna pensou ferozmente, eu sou eu. Sou Luna. Eles me transformaram, e eu tenho memórias de verdade... em algum lugar.

      Mas não tinha certeza. Toda vez que tentava agarrar o que parecia ser o começo de uma memória, ela sumiu em uma grande névoa de pensamentos que parecia estar consumindo toda parte dela. Luna tentou se arrastar para longe da névoa, mas esta estava se alastrando mais e mais nas bordas de quem ela era, preenchendo tudo, levando embora pequenos pedaços de memórias, de palavras, de personalidade.

      De repente, ela viu alguma coisa. Era diferente o bastante para captar sua atenção, mesmo que só por um segundo.

      Havia um homem se aproximando. Se movendo sem medo. Um homem de verdade. Não um controlado.

      Como pode ser?

      Enquanto que Luna e os outros se moviam em sincronia quase mecânica, ele se movia em pequenas corridas e pulos furtivos, segurando o que parecia algum tipo de arma nos braços.

      Mas não se parecia com um soldado. Parecia mais com um pirata, misturado com um professor. O cabelo era selvagem e espetado, meia dúzia de brincos cobriam uma orelha, e ele tinha vestígios de uma barba mal cuidada. Estava usando uma jaqueta de lã e uma camisa de botões por cima de jeans e botas de escalada. Ele não estava usando uma máscara, o que não fazia nenhum sentido.

      Luna se moveu na sua direção, levantando as mãos para agarrá-lo tão rápido que ele não pode nem pensar em pular para trás, ou talvez só não quisesse tentar. Apesar de ser um adulto e ela apenas uma criança, ainda tinha força o bastante para segurá-lo enquanto sua boca se abria cada vez mais, uma grande nuvem de vapor fervendo na sua garganta, querendo ser liberta. Sentindo-se quase culpada, ela respirou na direção do homem, o envolvendo em uma nuvem de vapor grossa o suficiente para deixá-lo tossindo.

      Luna deu um passo pra trás, os aliens que a controlavam obviamente esperando que ele se transformasse. Mas ele ficou lá parado, levantando a arma que segurava, e Luna sentiu uma pontada de medo. Ela podia não sentir dor, mas tinha quase certeza que se alguém a danificasse o bastante, ainda podia morrer. Por um momento, se viu desejando que o vapor que respirara tomasse o controle antes que ele tivesse a chance de atirar. Não queria morrer. Então se sentiu culpada por pensar assim. Não desejaria isso para ninguém.

      Mas a arma não disparou.

      Em vez disso, uma nuvem de vapor azul-esverdeado saiu do cano, inundando os pulmões de Luna com cada respiração. Ela avançou para ele para quebrar a arma no meio, e provavelmente quebrá-lo também, mas a coisa mais estranha aconteceu quando seus braços estavam a meio caminho.

      Ela parou.

      Em um único momento, ela congelou no lugar, seu coração batendo mais e mais rápido. Sentiu seu mundo inteiro girar.

      Luna caiu de joelhos sem querer. Sentiu eles arranhando na calçada, realmente sentiu, e a sensação retornando era como sangue correndo de volta para um braço ou perna adormecido. Doeu e ela gritou.

      Não podia acreditar.

      Estava de volta.

      De volta a si mesma. Não mais controlada.

      Ela se cravou em suas memórias, se certificando que ainda estavam lá; que não tinham apenas se perdido para sempre. Pensou no rosto de Kevin, e seus pais como eles eram no primeiro aniversario de que podia lembrar. Soltou um suspiro de alívio, e não só por si mesma. Isso significava que as pessoas que tinham sido transformadas não estavam perdidas.

      Queria berrar de alegria. Se levantar e abraçar esse homem e nunca soltar.

      Olhou para ele admirada.

      Ele sorriu de volta de um jeito curioso, acadêmico.

      “Ora,” ele disse, “você parece estar respondendo muito mais rápido do que nos outros sujeitos em que eu tentei. Ah, perdão, e as minhas maneiras? Meu nome é Ignatius Gable. O vapor que você acabou de respirar é a vacina que eu criei para combater os efeitos do controle alienígena. Deve sentir o controle completo do seu corpo retornado. Agora, tenho certeza que têm muitas questões sobre o que está acontecendo, mas não podemos ficar papeando aqui. Então, a não ser que nós dois queiramos morrer de vez, sugiro que venha comigo.”

      Ela piscou, surpresa, e seguiu o olhar dele para ver inúmeros controlados se aproximando.

      “AGORA!” ele gritou.

      Os controlados desceram sobre eles como um enxame. Luna só pode assistir enquanto eles se amontoavam, tentando agarrá-los. Ignatius usou o spray de sua arma, mas para os outros, não parecia funcionar.

      Luna saiu correndo, se jogando na multidão e passando pelos espaços vazios com toda vantagem que tinha por ser menor que a maior parte das pessoas ali. Se atirou debaixo de braços e correu por entre pernas, agarrando o braço de Ignatius e segurando forte.

      Luna viu Cub, e Bear, e o resto deles, agarrou a arma e se virou.

      “O que você está fazendo?” Ignatius gritou alarmado.

      Ela espirrou uma nuvem que começou a desacelerar os controlados a sua volta, mirando em Cub e Bear e todo o resto.

      “Anda,” ela disse, o dedo preso no gatilho. “Muda!”

      Luna viu Cub começar a piscar na luz do sol, esticando as mãos e encarando os dois.

      Olhou em volta até ver Bobby nas sombras de um prédio e ergueu a mão para ele.

      Então ela se virou com os outros e correu.

      E não parou de correr.

      CAPÍTULO QUATRO

      Kevin se encolheu quando Xan Mais Puro entrou na sala em que ele e Chloe estavam. Ficar lá parado sozinho e esquecido já era ruim o bastante, mas de algum modo ele sabia que não seria tão ruim quanto qualquer coisa que o alien quisesse fazer agora.

      “Medo é uma fraqueza,” Xan Mais Puro disse, as palavras saindo um momento depois através do tradutor. “Apenas uma das muitas que superamos.”

      “O que quer dizer?” Kevin perguntou. Tentou segurar o medo que sentia também, porque não queria que o alien visse.

      Chloe parecia assustada o bastante pelos dois, mas também com raiva. Se a gravidade


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