Ascensão. Морган Райс
imagens de seus amigos, sua família, de tudo que aconteceu recentemente. Kevin viu imagens dos Sobreviventes pulando em sua mente, e tentou pensar sobre outra coisa, qualquer outra coisa, para que os aliens não soubessem onde eles estavam. Mas podia sentir sua falta de interesse; não fazia diferença para eles.
Ele começou a ver outras coisas, visões piscando dentre o resto, mas a verdade era que não podia dizer se eram mesmo visões ou alguma coisa fluindo de volta pela conexão à coletiva da Colmeia. As imagens preencheram sua mente, obscurecendo a dor, a sensação de estar preso no lugar, até o medo pelo que estava acontecendo com Chloe.
Ele viu um planeta flutuando no espaço, grande e fosco. Luas giravam ao seu redor, mas mesmo enquanto Kevin assistia, percebeu que não eram luas naturais, e sim mais naves planeta. Ele viu uma se mover para fora de órbita, o espaço ao seu redor se dobrando e torcendo conforme ela se movia impossivelmente rápido para um objeto daquele tamanho.
Sentiu sua consciência sendo puxada para baixo na direção da superfície do planeta, e conforme a alcançava, viu que a superfície estava explodida e arruinada, poluída e inóspita. Apesar disso, haviam cidades, cheias de figuras curvadas que pareciam similares aos Mais Puros, mas dobradas e mudadas, sua carne torcida para viver no ambiente arruinado. Kevin achou difícil acreditar que qualquer um iria querer viver num ambiente desse tipo, mas através de sua conexão com a Colmeia, sabia que essas figuras não tinham escolha. Eram aqueles não escolhidos para a nave planeta.
Ele viu outras coisas lá. Viu os campos de criaturas roubadas de mundo após mundo. Viu as fábricas de carne onde elas eram testadas e reformadas, torturadas de todos os modos, com eletricidade e fogo e muito mais. Viu criaturas dissecadas vivas, ou forçadas a se reproduzir umas com as outras em combinações que produziam monstros. Dentre a desolação do planeta destruído, também viu pequenos domos verdes, como ilhas de perfeição no horror do resto. Kevin não ficou surpreso de ver torres douradas no coração de cada uma.
Ele voltou a si mesmo, engasgando, sentindo como se cada restinho de energia tivesse sido arrancado de dentro dele. Ficou deitado na plataforma, olhando em volta e vendo apenas Chloe no quarto agora. As visões pareceram ter durado apenas segundos, mas deve ter sido mais tempo, para dar Xan Mais Puro tempo de sair da sala.
“Chloe?” Kevin chamou.
Ele a escutou gemer, os olhos se abrindo quando olhou para ele. Eles estavam vermelhos de chorar quando ela o encarou.
“Eu vi... eu vi...”
“Eu sei,” Kevin disse. “Eu vi também.”
“Eles vão nos matar,” Chloe disse. “Vão nos abrir pra ver como a gente funciona. Vão fazer experimentos como uma criancinha puxando as asas de uma mosca.”
Kevin teria concordado com a cabeça se pudesse tê-la puxado para longe da armação tempo suficiente. Mas esse era o problema: eles podiam falar sobre como precisavam dar o fora dali, eles podiam ver tudo que estava para acontecer, mas ainda assim não podiam se mover. Tudo que podiam fazer era ficar deitados ali, encarando a tela à sua frente, e a Terra rodando devagar nela.
Demorou um ou dois segundos para perceber que estava ficando menor.
Foi gradual no começo, o planeta diminuindo um pouquinho de cada vez. Então começou a se mover mais rápido, e mais rápido ainda, recuando até ser apenas um ponto. Então não era nem isso, conforme o espaço ao redor da nave planeta se dobrou e disparou para longe pelo espaço.
Kevin encarou a tela, horrorizado. Ele não sabia aonde estavam indo, ou porque, mas qualquer coisa que pudesse persuadir os aliens a mover a nave toda para longe da Terra, ele sabia que não podia ser bom para ele, nem para Chloe.
Ou Luna.
CAPÍTULO TRÊS
Luna lutou. Com todo pedacinho de energia que conseguiu achar, ela tentou lutar contra a imobilidade se arrastando pelo corpo, tornando-a lenta, fazendo-a parar. Ela ficou de pé no centro de Sedona, no coração de um grupo de pessoas controladas, e sua mente gritava com o esforço ao tentar se impedir de virar um deles.
Parecia que seu corpo era de pedra, ou... não, mais como se seus membros estivessem dormindo, enquanto por dentro ela ainda estava acordada. Não podia sentir a ponta dos dedos, mas continuou a lutar. Mas podia se sentir caindo no estado de controle, se transformando cada vez mais e mais em uma prisioneira no próprio corpo. Como se estivesse presa atrás de vidro, sua personalidade e habilidade de controlar a si mesma apenas uma exibição em algum museu feito de sua própria carne e osso.
O mundo tinha até a aparência de ser visto através de algum tipo de vidro, estranhamente filtrado, as cores se movendo de forma que todas aquelas que Luna conhecia tinham uma opacidade leitosa, e cores novas se infiltravam nos cantos de sua visão. Luna não precisava de um espelho para saber que suas pupilas estariam de um branco vivido agora, e odiava isso.
Vou continuar a lutar, disse a si mesma. Não vou desistir. Kevin precisa de mim.
Apesar de sua determinação, era difícil ignorar o fato que suas pernas e braços não faziam o que os mandava fazer. Luna estava lá de pé, igual a todos os outros esperando em Sedona, tão parada quanto um boneco sem uso, incapaz de fazer mais que piscar e respirar por si mesma.
Luna lutou para fazer mais. Se focou no mindinho da mão direita, mandando que se endireitasse. Pareceu se mover dolorosamente devagar, mas se moveu. Se moveu! Ela tentou mover o próximo dedo, se focando em cada articulação, cada músculo...
Gritou por dentro quando nada aconteceu.
Pelo menos Kevin tinha escapado. Luna tinha visto ele passar pelas linhas de controlados e alcançar uma das naves. Ela tinha visto ele e Chloe serem sugados para uma delas também, e isso deixava Luna mais preocupada do que qualquer coisa que estava acontecendo com ela.
Você tem que lutar, disse a si mesma de novo. Kevin está preso numa nave alienígena sem você. Você sabe que ele só vai arranjar encrenca sozinho, e nem do tipo divertido.
Claro, Kevin não estava sozinho, mas essa ideia não melhorou a situação. Não era que Luna odiasse Chloe nem nada, mas era óbvio que ela gostava do Kevin, e... bom... Luna também. Estranho como isso era mais fácil de admitir quando sua mente estava ocupada sendo dominada por aliens, mas era, talvez porque soubesse que mais ninguém ia descobrir.
Ela tentou deixar na cara para ele um monte de vezes, mas ele nunca pareceu entender. Talvez fosse coisa de garoto, ou talvez fosse coisa do Kevin, capaz de compreender mensagens através da galáxia, mas nada que estivesse logo na sua cara. Agora ele estava em uma nave espacial com Chloe, e embora não estivessem exatamente sozinhos, Luna tinha bastante certeza que aliens não contavam. Mesmo que nada acontecesse, Luna ainda não tinha certeza se Chloe era uma boa opção para trazer Kevin de volta em segurança. Sim, ela tinha ajudado Luna no barco, e podia fazer ligação direta num automóvel, mas isso não era o mesmo que roubar uma nave alienígena, e Luna não confiava que ela não fosse entrar em pânico quando as coisas dessem errado.
Então as coisas deram errado, e Luna viu perfeitamente.
Em um momento, a nave planeta dos aliens pairava como uma lua no céu; no próximo, o céu ao redor dela ondulou e piscou, como se o espaço fosse um lago em quem alguém tivesse atirado uma pedra. A nave planeta começou a flutuar para longe, sua sombra passando pelo céu. Houve um momento em que o espaço pareceu se dobrar ao redor dela, e então se fora, movendo-se muito mais rápido do que Luna podia acompanhar.
Por um breve momento, esperança irrompeu dentro dela. Tinha acabado? Kevin tinha subido na pequena nave acima de Sedona, e essa nave entrou na nave planeta, e agora ambos tinham sumido. Ele tinha achado um jeito de acabar com tudo? Ele e Chloe tinham salvo todo mundo?
Luna tentou mover um braço, cheia de esperança, mas nada aconteceu. Nada tinha mudado.
Um latido ao seu lado chamou a atenção de Luna. Bobby estava lá, o pastor inglês correndo até Luna e empurrando suas pernas de um jeito que a teria derrubado