Ascensão. Морган Райс
temos medo de vocês,” Chloe disse, lutando para colocar um tom de desafio na voz.
“Sim, vocês têm,” Xan Mais Puro disse. “Vocês são criaturas inferiores, com medos e necessidades, fraquezas e falhas. Não pertencem à Colmeia. Não são dos Mais Puros. Não temos tais fraquezas, apenas as melhorias dos nossos modeladores de carne.”
“Você acha que é perfeito?” Chloe exigiu. “Acha que com essa cara, você é perfeito?
“Ainda não,” Xan Mais Puro disse. “Mas seremos. Chega de falar com criaturas inferiores.”
O alien se virou para os outros que o acompanhavam, e Kevin sabia que a próxima coisa que ia dizer era agarre-os.
“Corre!” ele gritou para Chloe, e eles viraram para longe dos aliens, arrancando tão rápido quanto podiam para longe da praça. Kevin correu tanto o máximo que seu corpo permitiu, ignorando a dor e o esforço, ignorando o modo como sua doença tentava arrastá-lo a cada passo, e esperando que, se ele e Chloe pudessem ganhar chão o bastante, poderiam despistar Xan Mais Puro e os outros no caos da nave planeta.
“Aonde estamos indo?” Chloe perguntou.
“Não sei,” Kevin disse. Não tinha nenhum plano no momento, nenhuma ideia do que iriam fazer a seguir.
Ele continuou a correr, arriscando uma espiada rápida para ver se os aliens os estavam perseguindo. Eles só ficaram parados, aparentemente se concentrando. Um deles tocou alguma coisa em seu braço.
De repente, o mundo ficou mais pesado. Parecia que grandes pesos estavam pressionados em cima de Kevin, sólidos demais para levantar. Ele lutou para continuar de pé, e viu que Chloe estava fazendo a mesma coisa, empurrando como se pudesse levantar o céu acima de si. Mas não era o ar; parecia que os próprios ossos e músculos de Kevin estavam pesados demais, a gravidade o puxando pra baixo na direção do chão muito mais forte do que deveria ser.
“É o negócio que deixa eles andarem nas paredes,” Kevin disse, pensando no modo como os aliens podiam andar de lado e de cabeça pra baixo pelo interior da nave planeta. Se podiam controlar a gravidade bem o bastante para fazer uma coisa dessas, claro que fariam.
Chloe gritou, “Está me arrastando pra baixo. Estamos presos!”
Ela parecia prestes a entrar em pânico, assim como esteve na nave espacial.
A gravidade o colocou de joelhos, a pressão tornando difícil respirar. Ele caiu para frente, sentindo o peso do próprio corpo o prendendo no chão.
Um grito de frustração de Chloe o informou que a mesma coisa devia ter acontecido com ela. Kevin precisou de tudo que tinha só para conseguir virar de costas e olhar para onde ela estava, presa do mesmo modo.
“Não, me solta! Me solta!” ela gritou. Kevin podia vê-la chorando enquanto tentava se debater até estar livre da força que a prendia no lugar.
Então os três aliens estavam lá, e deviam ter enviado algum sinal para os outros, porque duas criaturas troncudas com carapaças feito armaduras saíram da espiral dourada, carregando o que pareciam ser duas grandes armações de metal. Eles as puseram perto de Kevin e Chloe, colocando-as de pé de modo que Kevin pode ver as folhas de vidro dentro delas, parecido com duas janelas que ficavam de pé sozinhas.
“A tentativa de fuga foi insensata,” Xan Mais Puro disse. O alien deu um sinal para as duas criaturas de armadura, e elas se inclinaram para agarrar Chloe do chão. Assim que a levantaram, ela começou a se debater e torcer, lutando para se livrar, mas eles a seguraram tão fácil quanto uma pena enquanto ela chorava.
“Para com isso,” Kevin disse. “Deixa ela em paz!”
Não pareceu fazer diferença nenhuma para eles. As criaturas eram tão implacáveis quanto máquinas, se movendo com o tipo de força que sugeria que podiam facilmente ter rasgado Chloe e Kevin em pedaços. Pegaram Chloe e a puseram contra uma das placas transparentes, e um dos Mais Puros pressionou alguma coisa no próprio braço de novo. Chloe grudou tão firmemente quanto se tivesse sido colada ali, ainda lutando, e ainda chorando quando nada aconteceu.
Vieram atrás de Kevin então, e grandes mãos se fecharam ao redor de seus braços, o levantando e pressionando contra o segundo painel de vidro sem lhe dar uma chance de lutar. Kevin os chutou, mas seu pé só quicou no couro blindado. Então o alien tocou em seu mecanismo, e Kevin grudou no vidro assim como Chloe.
Mas a sensação não era de estar colado a alguma coisa. Não era grudento. Era mais como estar deitado, exceto que não tinha chance nenhuma de se levantar por causa da gravidade o pressionando no lugar. Não era tão forte como no chão; era até bastante confortável se ele não tentasse lutar, mas Kevin não tinha como se livrar daquilo.
“Kevin,” Chloe disse, angustiada, presa na própria armação.
“Estou bem aqui, Chloe,” ele disse. Não tentou prometer que tudo ia ficar bem. Não era uma promessa que pudesse fazer agora. “Não vou a lugar nenhum.”
Mas parecia que eles iam para algum lugar, porque os aliens grandes e blindados levantaram as armações, carregando os dois como construtores colocando painéis de vidro em posição. Estranhamente, Kevin não teve a sensação de estar sendo levantando, porque para ele, pra baixo ainda parecia ser na direção da armação.
“Onde vocês estão nos levando?” Chloe exigiu. “Deixem a gente ir!”
“Tente ficar calma,” Kevin disse, torcendo para que nada do medo que sentia naquele momento aparecesse na sua voz. Ele estava com medo do que poderia acontecer com os dois, mas estava com muito mais medo por Chloe. Com o tanto que ela odiava ser presa, essa era a pior coisa possível que podia acontecer com eles.
Exceto que não era, e Kevin sabia disso. Ainda havia bastante coisas piores que podiam acontecer. Iriam acontecer, se eles não descobrissem como se livrar.
Os aliens os carregaram na direção de uma espiral dourada, através de uma larga porta que se abriu automaticamente para recebê-los. O interior era tudo que o resto da nave planeta não era: clara e brilhante e confortável, de modo que para Kevin tinha a aparência que um hotel luxuoso poderia ter, ou talvez um palácio. Também não havia a enorme variedade de ângulos e direções; ao contrário do resto da nave, todos pareciam ter concordado com qual lado era para cima.
Eles carregaram Kevin e Chloe até uma sala onde grandes máquinas em formato de domos se amontoavam, parecendo meio construídas, meio plantadas. Uma seção da parede tremulou com uma imagem da Terra abaixo, e Kevin não sabia se foi simplesmente para evitar que as paredes ficassem lisas, ou como um tipo adicional de crueldade.
Xan Mais Puro os seguiu para dentro da sala, se colocando entre eles, perto de um dos mecanismos em forma de domo. Ele retirou coisinhas pequenas, parecidas com lulas, de uma abertura no domo uma por uma, cada uma menor que a ponta dos dedos do alien. Xan Mais Puro as colocou na cabeça de Kevin, onde elas grudaram, quentes e gosmentas ao mesmo tempo.
“O que é isso?” Kevin exigiu. “O que vai fazer com a gente?”
“Vamos examiná-los,” Xan Mais Puro responeu. “Vamos determinar qual utilidade podem ter para a Colmeia. Será doloroso.”
Disse isso como se não fosse nada, ou pelo menos como se não se importasse. Kevin podia escutar Chloe chorando de novo agora, e queria dizer alguma coisa, queria confortá-la. Então a dor chegou, e não houve tempo para fazer mais nada a não ser gritar.
A sensação foi de dedos frios inspecionando seus pensamentos, erguendo coisas e as botando de volta no lugar, ou talvez fossem os tentáculos das coisas grudadas na cabeça de Kevin. Ele tentou empurrá-las para fora, concentrando-se tanto quanto pode, mas não fez diferença; só doeu mais.
Kevin podia sentir outras presenças agora, dúzias de mentes, centenas, conectadas em uma forma de comunicação silenciosa, sua presença coletiva pressionando-se sobre ele e explorando cada canto de seu ser. Ele se escutou gritar, e escutou Chloe gritar também, sugerindo